quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Agrotóxico, pimentão e suco de laranja

A celeuma sobre a presença de resíduos de agrotóxicos no suco de laranja brasileiro, colocado em dúvida pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, é emblemática para a discussão sobre a contaminação de alimentos por esses produtos. A presença irregular de resíduos de agrotóxicos em produtos agrícolas destinados à exportação implica em prejuízo para o agricultor brasileiro, com a devolução ou destruição do produto pelo país importador.

O agrotóxico, por definição, é um produto aplicado para matar e a linha que separa os efeitos benéficos de eliminar uma praga e os efeitos maléficos, que podem levar um ser humano à morte, é muito tênue. Por isso, esses produtos químicos têm alvos biológicos e mecanismos de ação bem definidos.

Só são autorizados se forem eficazes no combate a pragas específicas, sem destruir o alimento tratado, nem deixar resquícios em quantidades tóxicas para os consumidores. Isso porque os agrotóxicos estão associados ao desenvolvimento de alterações hormonais, de doenças do sistema nervoso central, de doenças respiratórias, de lesões hepáticas, de câncer e tantas outras enfermidades graves identificadas nos ensaios realizados em animais de laboratório e em culturas de células e tecidos. Tais ensaios têm constituído um excelente mecanismo para impedir possíveis agravos, prevalecendo-se das similaridades entre processos biológicos bem selecionados.

Dúvida sobre a eficiência da Anvisa em avaliar a qualidade dos alimentos traz uma distorção dos fatos
Nos últimos quatro anos, segundo dados das próprias indústrias do setor, o Brasil assumiu o posto de maior mercado de agrotóxicos do mundo. Mesmo assim, o caminho a ser percorrido para alcançarmos os níveis de controle que os países desenvolvidos exercem sobre essas substâncias ainda é muito longo.

Nesse cenário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina o limite máximo de resíduos de agrotóxicos em alimentos e a quantidade total de cada agrotóxico que pode ser ingerido diariamente pelas pessoas, sem que haja risco para sua saúde. São esses os parâmetros avaliados pelo tão criticado Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos da agência.

O programa funciona a partir da coleta de amostras de alimentos pelas vigilâncias sanitárias dos Estados e municípios em supermercados. Depois de coletados, os alimentos são encaminhados para laboratórios, onde se verifica a quantidade de resíduos de agrotóxicos em cada uma das amostras.

Entretanto, um movimento silencioso, com a sutileza de fazer inveja ao estouro de uma manada de elefantes, tenta, cotidianamente, desqualificar os resultados do programa. A dúvida sobre a avaliação de resíduos de agrotóxicos em alimentos, que é publicada anualmente pela Anvisa, traz uma notável distorção e desinformação dos fatos, com flagrante desrespeito ao mesmo tempo à lei e à ciência.

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As atividades da Anvisa, nesse campo, têm o compromisso da transparência de seus atos em respeito à sociedade e no cumprimento de seu mandato de proteger a saúde humana com base na legislação nacional e nos conhecimentos científicos e tecnológicos mais atualizados da comunidade científica internacional.

As referências para a conformidade dos parâmetros medidos são divulgadas em rótulos e bulas e na página na internet dos organismos registradores de agrotóxicos: Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Anvisa. São os mesmos procedimentos praticados pelos países desenvolvidos, muitos dos quais abrigam as matrizes das indústrias de agrotóxicos, que estão instaladas no Brasil.

A segurança da qualidade dos alimentos se baseia nos conhecimentos científicos e na observação dos efeitos tóxicos, agudos e crônicos que os resíduos de agrotóxicos podem gerar nas pessoas. Se o responsável pela emissão da receita agronômica ou o próprio agricultor utilizar um agrotóxico em um alimento para o qual aquele produto não foi autorizado, o ato se qualifica como ilegal e a ingestão diária segura pode ser ultrapassada. Isso resultará em prováveis danos à saúde do próprio agricultor e do consumidor.

Os efeitos agudos dos agrotóxicos aparecem nos trabalhadores rurais que os manipulam (preparadores de calda e aplicadores) e em pessoas que vivem ou trabalham nas imediações das áreas tratadas. A literatura científica constata que as doenças crônicas ocorrem em pessoas que se expõem a pequenas doses durante um tempo prolongado, como no caso de consumidores que ingerem alimentos com pequena quantidade de agrotóxico por um longo período de tempo.

Como agência reguladora da saúde, a Anvisa tem a obrigação de divulgar as informações sobre os riscos relativos à exposição a agrotóxicos. Essa informação é uma poderosa ferramenta de cobrança para que os atores envolvidos adotem medidas de correção dos problemas diagnosticados.

A Anvisa não compactua com atores que, irresponsavelmente, estimulam a omissão dos dados com o intuito de desacreditar toda a cadeia envolvida na avaliação dos resíduos de agrotóxico. Não dá para a volta da velha política de "o bom a gente mostra e o ruim a gente esconde". Esse tipo de omissão só favorece aqueles cuja atuação, neste campo, se caracteriza pela política do avestruz e pelo não cumprimento da legalidade, que é o princípio fundamental em um estado democrático e de direito.

O respeito aos consumidores, em qualquer parte do mundo, é dever dos estados nacionais. Por isso, a Anvisa busca sempre aprimorar os instrumentos de avaliação dos agrotóxicos e de seus resíduos nos alimentos, para que não haja diferença entre os produtos levados à mesa do consumidor brasileiro e aqueles destinados à exportação. Os direitos do consumidor são atributos de cidadania e respeitá-los não é nenhum ato de favor ou concessão das autoridades públicas. É, isto sim, reconhecimento de uma conquista histórica da sociedade brasileira.

Artigo publicado na edição impressa do jornal Valor Econômico, de 23 de fevereiro de 2012. Autor: José Agenor Álvares da Silva, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2007 e foi ministro da Saúde entre 2006 e 2007

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Embrapa indica a cultivar do feijão preto BRS Esplendor para o produtor


Muito apreciado na culinária brasileira, o feijão está presente em todos os estados da Federação em feijoadas, combinado com o arroz, em sopas, no famoso acarajé da Bahia, entre vários outros alimentos. Assim, essa leguminosa oferece proteínas, ferro e fibras à grande maioria da população do nosso País.

Diferente da proteína animal, o feijão não possui todos os aminoácidos essenciais que o corpo requer. Mas isso não é problema, já que os aminoácidos ausentes podem ser encontrados se combinado com outros alimentos. Um exemplo de combinação perfeita de aminoácidos é o arroz com feijão - o aminoácido metionina está presente em boa quantidade no arroz, porém é escasso no feijão. Já a lisina está em peso no feijão e não no arroz. Assim, juntos na mesma refeição, esses aminoácidos se unem, gerando importantes proteínas para a alimentação humana.

Além disso, o feijão contém ferro, vitaminas do complexo B, molibdênio, ácido fólico, fibras e demais minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo. É responsável por conter o aumento repentino das taxas de açúcar e insulina no sangue, esse efeito ocorre porque as fibras solúveis do feijão absorvem água no estômago formando uma espécie de gel que retarda o metabolismo de carboidratos.

Condições de mercado - Após o período de seca no Sul e o excesso de chuva no Sudeste, o que afetou regiões produtoras, o preço do feijão alcançou preços bastante remunerativos para o agricultor. Essa condição de mercado, por exemplo, no Mato Grosso do Sul aumentou substancialmente os preços da saca de 60 quilos. Contudo, nos supermercados desse estado, o consumo permaneceu praticamente inalterado. Mesmo com o preço mais alto, o consumidor não abre mão do feijão no prato do dia-a-dia.

Indicação da Embrapa - Estimulando cada vez mais a demanda existente no nosso País por esse produto, e tendo em vista as atuais condições favoráveis para os produtores rurais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disponibiliza para os produtores de sementes a cultivar de feijão BRS Esplendor.
BRS Esplendor - É uma cultivar do grupo preto, testada em 147 ambientes. Apresenta ciclo de 85 a 90 dias da emergência à maturação fisiológica, alto potencial produtivo (7,5% superior às melhores testemunhas, podendo ultrapassar quatro toneladas por hectare) e arquitetura de plantas ereta. É resistência ao acamamento (adaptada à colheita mecânica direta), ao mosaico-comum e a nove raças de fungos causadores da antracnose, além de apresentar tolerância à murcha de fusário e ao crestamento bacteriano comum.
Fonte: Assessoria de imprensa da Embrapa – texto e foto

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Feira vai movimentar a cadeia da cafeicultura no sul de MG

A COOXUPE, maior cooperativa de produtores de café do Brasil pretende reunir cerca de 15 mil pessoas em 3 dias, para conferir as novidades do setor tanto em máquinas e equipamentos, quanto em insumos e implementos. No dia 1º de fevereiro, Carlos Paulino, presidente da COOXUPE abriu oficialmente o evento, falando da importância do desenvolvimento da sustentabilidade no setor. Paulino ressaltou ainda o bom momento que a safra de café passa no Brasil. “Após 10 anos difíceis para o produtor, tivemos um ano muito positivo em 2011 e o mercado se equilibrou”, disse. Reflexo disso é também a proporção que a feira tomou neste ano: a FEMAGRI praticamente dobrou de tamanho com relação à sua última edição, em 2010, tendo recorde de expositores, que esperam negociar cerca de 25 milhões nos três dias de evento.


“O produtor que não aplicar tecnologia no campo, vai ficar para trás”, explicou Paulino que também destacou a questão da sustentabilidade no campo e o papel da FEMAGRI no sentido de apresentar soluções para os produtores otimizarem seus resultados e, se tornarem, cada vez mais, ambientalistas. “Além da mecanização a sustentabilidade também é o foco da FEMAGRI. O produtor rural é um ambientalista e não vai adiantar ser forte se não for sustentável”.

São mais de 100 expositores na Feira que segue até sexta-feira, dia 03. Uma Fazenda Experimental com mais de 1.700 metros quadrados foi montada para demonstrações. Além disso, um espaço ficará inteiramente dedicado às plantas de cobertura com a apresentação de espécies leguminosas e gramíneas mais adequadas para o manejo racional: proteção, melhoria e recuperação do solo.



A COOXUPE

A origem da Cooxupé data de 1932, com a fundação de uma Cooperativa de Crédito Agrícola, transformada em 1957 em Cooperativa de Cafeicultores. Em 2012, a Cooxupé completará 80 anos de cooperativismo e 55 anos em atividades de recebimento, processamento e comercialização de café.


Atualmente conta com cerca de 12.000 cooperados e 1900 colaboradores, recebendo café produzido em mais de 200 municípios localizados nas regiões Sul de Minas, Alto Paranaíba (Cerrado Mineiro) e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo.



A FEMAGRI é realizda na Av. Vereador Nelson Elias, 1.300 B Bairro Japy, Guaxupé/MG / (próximo à Torrefação Cooxupé)

Data: 1 a 3 de fevereiro

Horário de funcionamento: Das 8h às 18 horas

Entrada gratuita


(Com informações da assessoria de imprensa do evento,a Phábrica de Ideias.