quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Feira Nacional da Agricultura Familiar quer estimular negócios

A 8ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo começa nesta quarta-feira (21), na Marina da Glória, com a expectativa de atrair 150 mil visitantes, superando o recorde de 120 mil pessoas registrado em 2009, em outra edição também realizada no Rio. A ênfase, este ano, será a realização de negócios, segundo informou à Agência Brasil o coordenador-geral do evento, Arnoldo de Campos, diretor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Será a terceira edição da Brasil Rural Contemporâneo a ocorrer no Rio de Janeiro. As outras cinco foram feitas em Brasília. O evento termina no dia 25. “Serão 654 expositores de todos os estados do Brasil, que vão trazer vários tipos de produtos, como alimentos, bebidas, artesanato e cosméticos”, explicou. Quarenta por cento dos expositores são produtores orgânicos ou agroecológicos com certificação. Em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ministério está criando pela primeira vez um espaço específico na Brasil Rural Contemporâneo para receber o setor privado, chamado Talentos do Brasil Rural. “Nesse espaço, a gente vai receber empresas, entidades empresariais. Estamos mobilizando o setor supermercadista e o setor hoteleiro para fechar negócios”. O MDA pretende atrair os segmentos de bares e restaurantes e empreendimentos da alta gastronomia para que conheçam os produtos diversificados das várias regiões brasileiras que serão apresentados. “Hoje está muito forte esse movimento em torno da culinária brasileira, com ingredientes sustentáveis, regionais, típicos. Isso tudo vai estar presente lá”, lembrou Campos. Segundo enfatizou o coordenador, a feira visava, especialmente, apresentar a agricultura familiar para o público. “Agora, a gente está trabalhando para que ela também seja uma feira de negócios, aproximando oferta e demanda, encurtando as cadeias produtivas. A gente está sentindo diversos setores demandando esse tipo de produtos, mas não têm o conhecimento de onde está essa oferta”, explicou. A Brasil Rural Contemporâneo pretende superar o volume de negócios de R$ 9 milhões da sua última edição no Rio, em 2009, alcançando agora R$ 15 milhões. A ideia é tornar a feira cada vez mais itinerante. Arnoldo de Campos adiantou, inclusive, que, no ano que vem, há grande chance de ela ser organizada em São Paulo, aproveitando o fato de a capital paulista ser o maior mercado consumidor do país. Outra possibilidade em análise é promover o evento em cada cidade que sediará os jogos da Copa do Mundo de Futebol. “Em 2014, a gente está pensando em uma estratégia de fazer feiras menores, mas simultaneamente em mais cidades”. O assunto já começou a ser debatido com a Federação Internacional de Futebol (Fifa). “Nós vamos lançar na feira uma campanha de consumo sustentável, valorizando produtos orgânicos brasileiros, da agricultura familiar, do comércio justo”. Para Campos, esse será um atrativo a mais para o público que visitará as cidades durante os jogos.(Alana Gandra/Agência Brasil)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Financiamentos para Programa ABC somam R$ 600 mi

As contratações do crédito rural para o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) totalizam R$ 600,6 milhões entre julho e setembro deste ano. Os números mostram que os financiamentos representam 17,7% dos R$ 3,4 bilhões autorizados ao programa para a safra 2012/13. No total, a agricultura empresarial somou R$ 26,5 bilhões nos meses de julho a setembro deste ano e superou em 14,7% o volume contratado em igual período no ano passado, que foi de R$ 23,1 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nesta terça-feira, dia 06 novembro. O desembolso representa 23% do montante de R$ 115,2 bilhões programados para o ano-safra 2012/2013. A região Sudeste é a que mais buscou crédito do Programa ABC para financiar as lavouras. Com juros mais baratos, os agricultores tomaram R$ 8,4 milhões. O destaque do Sudeste é o estado de Minas Gerais que no período contratou R$ 10,2 milhões. Na sequência das regiões, o Centro-Oeste e o Sul ocupam, respectivamente, a segunda e terceira colocação no ranking brasileiro de tomadores deste empréstimo. Nessas regiões, os estados que mais se destacaram na busca pelo financiamento foram o Mato Grosso do Sul, com R$ 3,7 milhões, e o Rio Grande do Sul, com R$ 2,4 milhões. O fortalecimento do ABC para melhor atender o seu objetivo, entre os quais a recuperação de pastagens degradadas, veio por meio de mais recursos e da redução da taxa de juros que passou de 5,5% para 5% ao ano. Atento a essas condições facilitadas, o produtor Luiz Carlos Teixeira, 52 anos, desenvolveu o projeto com o apoio da Emater mineira para plantar eucaliptos e fazer a recuperação de pastagens em 43 hectares de uma propriedade localizada no município de Curvilo, no centro-norte de Minas Gerais. Teixeira conta que a área onde ocorrerá o plantio é um terreno degradado, onde foi feito o desmatamento para brotar pastagem para o gado. “Com o plantio de eucalipto e de pastagem vamos recuperar a área e isso graças aos recursos que virão da linha de financiamento do Programa ABC”, disse. Além de enxergar o fator econômico no plantio de florestas, como forma de diversificar sua produção baseada na plantação de cana-de-açúcar, na produção de leite e gado de corte,Teixeira defende a prática como forma de diminuir a pressão pelo desmatamento da região. Os R$ 192 mil, com três anos de carência, serão aplicados na produção sustentável, assim, segundo ele, se protege aquelas áreas que ainda não foram cortadas. A expectativa é de que outros produtores sigam o exemplo de Teixeira e busquem recursos para a implementação de práticas sustentáveis de produção ao longo deste ano. Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, as medidas aprovadas pelo Governo Federal, sobretudo a ampliação de recursos e a redução dos juros das linhas de crédito disponíveis para financiar a agricultura, são determinantes para a ampliação da demanda por crédito e, neste caso específico, pelos financiamentos oriundo do Programa ABC. “Para o ano safra 2012/13, o ministro Mendes Ribeiro Filho determinou a alocação de mais recursos para o Programa e melhores condições para os financiamentos, reforçando o compromisso de fortalecer a agricultura sustentável no País. O resultado é a boa procura pelas operações já nos primeiros três meses deste ano pós lançamento do Plano Agrícola e Pecuário”, avaliou Rocha. Ao todo, estão disponibilizados R$ 3,4 bilhões para o setor. Fonte: Site do Ministério da Agricultura