quarta-feira, 24 de março de 2010

Após revés em 2009, setor de orgânicos prevê recuperação

O ano passado não foi dos melhores para o segmento de produtos orgânicos brasileiros, mas as perspectivas para 2010 são positivas e os negócios já dão sinais de fortalecimento. Com uma queda na demanda internacional e a desvalorização do dólar reduzindo a competitividade dos produtos nos principais mercados consumidores, as exportações encolheram 23% e somaram US$ 44,3 milhões em 2009, mas ainda assim foi o segundo melhor resultado nos últimos cinco anos.

Em 2010, apenas nas duas primeiras feiras do segmento no ano - Nuremberg e Califórnia -, já foram fechados US$ 8 milhões em exportações, mostrando que o mercado está reagindo. As apostas do segmento, porém, ainda estão na regulamentação do Ministério da Agricultura para os produtos orgânicos, que entrará em vigor a partir de dezembro de 2010.

"As certificadoras reconhecem que talvez não consigam atender ao aumento da demanda que está por vir com a entrada em vigor das novas regras para produtos orgânicos. O Brasil tem uma amplitude geográfica muito grande e a produção de orgânicos não está concentrada em uma única região", afirma Ming Chao Liu, gerente do Projeto Organics Brasil.

Ele reconhece que as grandes empresas, especialmente do setor de alimentos, que são as grandes demandantes de orgânicos brasileiros, só devem entrar com força neste segmento no país quando as regras estiverem bem definidas. Hoje, 80% dos produtos vendidos pelo Brasil são para o setor de alimentos e bebidas, enquanto 15% são direcionados para a produção de cosméticos e os 5% para têxteis.

Além das duas primeiras feiras, outros dois indicadores funcionam como termômetro para o setor. O primeiro, e já identificado nos eventos internacionais, são as consultas de compradores estrangeiros para os produtos do Brasil. Além disso, a entrada de novos membros para o projeto sinaliza o interesse de produtores e empresas nacionais nesse mercado.

Em 2005 o projeto iniciou suas atividades com apenas 12 empresas participantes. No ano seguinte o número mais que dobrou de tamanho e chegou a 2009 com 74 participantes, mesmo em um ano de retração do mercado para esses produtos.

E o interesse não é por acaso. Além do apelo que a sustentabilidade passou a representar nos últimos anos, o próprio movimento de divisas que esse mercado passou a ter despertou o interesse de muitos investidores. Mesmo com volumes relativamente pequenos, os produtos orgânicos representam em todo mundo um mercado de US$ 50 bilhões. Mesmo sem dados precisos, no Brasil, as estimativas da Organics Brasil é de que o segmento movimente cerca de R$ 400 milhões. "O potencial ainda é muito grande, já que 70% do que vendemos é exportado como matéria-prima, sem muita agregação de valor", afirma Liu. Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 19 de março de 2010

Recursos para safra em Minas Gerais já alcança R$ 3,9 bilhões



O volume total de recursos aplicados no agronegócio em Minas Gerais, no atual Plano Safra, teve um aumento de 18,7%, informa o Banco do Brasil. O valor aplicado no Estado alcançou R$ 3,9 bilhões, na comparação com os R$ 3,2 bilhões registrados de julho/2008 a fevereiro/2009. De acordo com a superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura de Minas Gerais, o balanço é positivo e a demanda de recursos pelos produtores do Estado neste ano-safra deve alcançar o valor de R$ 6,5 bilhões. O recurso é destinado ao custeio, investimento e comercialização da safra.
Segundo o assessor técnico da Superintendência, Daniel Carneiro, essa cifra foi estabelecida por um acordo de cooperação técnica entre o Governo de Minas e o Banco do Brasil em julho de 2009. “Pelo acordo, do total liberado para Minas, recursos de R$ 5 bilhões seriam destinados nesta safra à agricultura empresarial e R$ 1, 5 bilhão à agricultura familiar. Esses valores são cerca de 30% superiores aos do período anterior.”
A expansão das aplicações desde julho de 2009, segundo o levantamento do Banco do Brasil, reforça a expectativa da demanda de crédito prevista pela instituição e o Governo do Estado. O valor a ser aplicado nesta safra será, neste caso, 27,5% superior ao da safra passada, que foi de R$ 5,1 bilhões. O crescimento do total de recursos aplicados em investimentos na agricultura empresarial mineira, no período de julho/2009 a fevereiro/2010, foi de 223,2%.
“Na agricultura familiar mineira, o crescimento das aplicações em investimentos foi de 99,4%”, observa Daniel Carneiro. O aumento de recursos demandados nessa linha de crédito é um sinal positivo, porque o dinheiro foi utilizado na compra de máquinas, equipamentos e em benfeitorias nas propriedades. “Esses investimentos irão retornar em forma de produtividade”, diz o assessor. “Foi muito significativo o aumento na quantidade de operações contratadas no Programa Mais Alimentos (investimentos em máquinas e equipamentos). No período analisado houve o registro de 5.495 contratos na comparação com os 951 contratos realizados entre julho/2008 e fevereiro/2009.
Em Minas Gerais, tem destaque os seguintes valores já liberados para o agronegócio dentro do acordo de R$ 6,5 bilhões: para os produtores de café, R$ 1,3 bilhão; para os produtores de milho, R$ 481 milhões; e para os produtores de soja, R$ 320 milhões. O conjunto de segmentos da bovinocultura captou R$ 829 milhões. Do total de crédito demandado, o maior volume foi para o Sul de Minas (34%) e em segundo lugar para a Zona da Mata (18,3%).
“No caso de a linha de crédito atual ser insuficiente para a demanda dos produtores mineiros, o Governo do Estado poderá interceder junto ao Banco do Brasil para obter a ampliação dos recursos”, diz ainda o assessor. “O crédito é um componente indispensável para que os produtores busquem resultados em suas atividades”, finaliza. Fonte: Seapa-MG

quinta-feira, 11 de março de 2010

Temperatura nas regiões Centro-Oeste e Nordeste chega a 39 graus

A temperatura máxima pode chegar a 39ºC nos estados das regiões Centro-Oeste e Nordeste nesta quinta-feira (11), segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O dia será nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas em Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal. O tempo fica claro, com períodos de parcialmente nublado, névoa seca e chuva em áreas isoladas no centro e leste de Mato Grosso do Sul. Pode chover, ainda, no Maranhão, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Bahia e Piauí. A temperatura mínima nas duas regiões pode chegar a 18ºC.



O Norte do País terá dia encoberto a nublado com pancadas de chuva no Acre, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Pará e Roraima. Na região Sudeste, o tempo fica parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva e trovoadas em Minas Gerais e Espírito Santo e em áreas isoladas no Rio de Janeiro e São Paulo. A temperatura máxima prevista é 37ºC e a mínima de 12ºC.



O Inmet prevê, ainda, dia nublado a parcialmente nublado com pancadas de chuva no Rio grande do Sul e Santa Catarina e com névoa seca no Paraná. A mínima prevista é de 10ºC e a máxima de 33ºC. (Sophia Gebrim, do MAPA, com informações do Inmet)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Lagarta Preta: a nova inimiga número

Lavouras de soja de seis municípios da Região Central são atacadas pela lagarta preta. Mais voraz do que a lagarta comum, ela pode matar o pé em uma semana

Desde o início do ano, os produtores de soja de seis municípios da Região Central Itaara, Ivorá, Júlio de Castilhos, Pinhal Grande, São Martinho e Quevedos estão em volta com uma inquilina para lá de indesejada. Velha conhecida dos agricultores, a lagarta preta, porém, nunca havia aparecido em tão grande número como neste ano. O primeiro ataque ocorreu em meados de janeiro. A larva tem apenas dois centímetros, mas é capaz de causar estragos enormes.

– Nessa fase, o pé de soja estava pequeno, e a aplicação de inseticida foi eficiente – diz Juliano Dalmolin, engenheiro agrônomo do Grupo de Extensão com Tecnologia para a Agricultura (Gepagre), que presta assistência para a Cotrijuc.

No início de fevereiro, as lagartas voltaram com força. Como a planta já estava com maior porte, a eficácia do inseticida ficou comprometida. A maioria dos produtores faz a pulverização da lavoura com a ajuda de tratores, e a haste empregada para espalhar o defensivo fica até 40 centímetros acima da planta. Com isso, o composto não consegue penetrar em toda ela.

– O inseticida é aplicado na parte superior das folhas, e a praga ataca a metade de baixo – explica Dalmolin.

As lagartas agem de baixo para cima porque iniciam o ataque assim que o ovos depositados pela borboletas eclodem no chão. Só em Júlio de Castilhos, desde janeiro pelo menos 20 agricultores buscaram orientação no escritório municipal da Emater.

– O agricultor está apreensivo devido à grande incidência da lagarta. Em apenas um metro quadrado de lavoura foram encontrados cerca de 40 indivíduos. É uma quantidade suficiente para comer os pés de soja nessa área em uma semana – afirma Jader Oliveira, responsável técnico da Emater de Júlio de Castilhos.

A preocupação com a lagarta preta superou, de longe, o antigo temor da ferrugem asiática. Esse ano, a ferrugem apareceu – houve 10 focos na região –, mas graças à aplicação antecipada de fungicida, assim que a chuva começou a tornar-se constante, não haverá perda na lavouras. Quanto à nova inquilina, não há tanta certeza.

– Os inseticidas tradicionais não fazem efeito, e a lagarta tornou-se uma praga muito mais prejudicial do que a ferrugem asiática. Virou a inimiga número 1 dos produtores – diz Oliveira. Fonte: Zero Hora.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Aumento da produtividade agrícola passa pelo cerrado e áreas degradadas

A produtividade no campo brasileiro pode ganhar impulso com o aproveitamento de áreas degradadas e o uso de locais de pastagens, melhor aproveitamento do cerrado e o aumento da prática de irrigação. Foi o que apontou o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Reinhold Stephanes, ontem, quando apresentou a jornalistas os cenários de produção, exportação e consumo previstos para a safra 2019/2020.

Para Stephanes, o desempenho da produção vai se dar, principalmente, pelo aumento de produtividade e pela incorporação de novas áreas de pastagens, já que a pecuária deverá ocupar menos espaço no campo. “O sistema de produção de bovinos tende a se tornar mais intensivo e vai ocupar menos áreas. Essa é uma das grandes possibilidades que temos”, destacou.

O ministro antecipou que a recuperação das áreas degradadas será intensificada com linhas de crédito específicas e taxas de juros diferenciadas, que serão anunciadas no próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2010/2011). “O plano também vai incluir item específico dos compromissos voluntários assumidos na COP-15, realizada em dezembro passado, em Copenhagen (Dinamarca). Esses também são sistemas de produção que dão mais lucro e melhores condições para os nossos produtores, ou seja, atendem questões de emissão de gases de efeito estufa e sustentabilidade, além de melhorar a economia”, disse o ministro.

O segundo caminho apontado por Stephanes para as boas perspectivas agrícolas no Brasil é o melhor aproveitamento do Cerrado. Ele citou como exemplo a região de “Matopiba”, que compreende Maranhão, leste de Tocantins, sul do Piauí e norte e oeste da Bahia. “Ali temos uma grande área de Cerrado e, ao obedecer toda a legislação ambiental, temos possibilidade de avançar. Ou seja, podemos aumentar a produção sem necessidade de novos desmatamentos no bioma Amazônia ou em outras áreas frágeis do Brasil,” disse. (Com informações do MAPA)

terça-feira, 2 de março de 2010

“Barraginhas” retêm água no Norte de Minas

Pequenas barragens retêm água das chuvas e contribuem com a perenidade dos rios






Para aproveitar melhor as chuvas, o uso de pequenas barragens em propriedades rurais no Norte do Estado, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) vem tendo bons resultados no combate à seca na região.

Trata-se de intervenções em pequenas enxurradas ou locais onde fica mais fácil armazenar água. Normalmente às margens de estradas, em pequenos declives em meio às pastagens ou, o que é melhor, onde se iniciam pequenas voçorocas.

A eficiência deste trabalho está em reter uma grande quantidade de água que, se não fossem as “barraginhas” escorreria direto para os rios. Ou seja, a água das chuvas passa a ser retida e infiltrada no solo contribuindo, assim, com o aumento do volume de água nos lençois freáticos e nos rios.