sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Chuvas aumentam as voçorocas




O período chuvoso, sem dúvida, é o melhor para o produtor rural. É nesta época que o campo se transforma, com tudo verde e os animais ficam mais saudáveis. A chuva, porém, traz uma preocupação que já entrou na agenda do produtor mais consciente da preservação ambiental. As voçorocas, ou aquelas verdadeiras crateras abertas pela ação da chuva e dos ventos, aumentam nesse período.

Por isso, é louvável a iniciativa do poder público em algumas regiões em remunerar o pequeno produtor conforme as ações de preservação ambiental. Essas ações, até então, têm sido restritas a preservação de matas ciliares e nascentes. Mas as voçorocas podem fazer parte dessas medidas. Afinal, toda a terra arrastada pelas chuvas e pelo vento acaba indo para os cursos d´água como córregos e rios.

É bom que o produtor comece a se preocupar com o problema não só quando já estiver em elevado grau de degradação. Os pequenos sinais em meio a pastagens, lavouras e até em estradas já devem ser tratados com atenção para não agravar o problema.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Embrapa indica variedades de amendoim para o Semiárido

Três cultivares de amendoim desenvolvidas pela unidade de Algodão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Campina Grande (PB), são recomendadas para o Semiárido nordestino. As variedades BR1, BRS 151 L7 e BRS Havana já estão disponíveis na Embrapa Transferência de Tecnologia, em Brasília (DF). A oleaginosa também tem potencial para a fabricação de biodiesel, umqa vez que algumas variedades produzem até 50% de óleo.



As cultivares são tolerantes à seca, apresentam ciclo curto e grãos com características exigidas pelo mercado interno e pela indústria. A BR1, mais procurada pelos produtores nordestinos, tem baixo teor de óleo (45%) e 29% de proteína bruta. Seu ciclo médio é de 90 dias. A BRS 151 L7 é a mais precoce, com ciclo de 87 dias. O teor de óleo bruto nas sementes é 46%. Já a BRS Havana tem ciclo de 90 dias e o menor teor de óleo (43%) entre as cultivares utilizadas no Brasil.



A maior parte do amendoim brasileiro é cultivada na região Sudeste, seguida pelo Centro-Oeste e Nordeste. São Paulo se destaca com cerca de 80% da produção nacional. Os principais produtores do Nordeste são a Bahia, Sergipe, Ceará e Paraíba. A região é também a segunda maior consumidora de amendoim do Brasil. O sistema de produção típico é o de agricultura familiar, com pouco uso de insumos ou mecanização.



No mês passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a relação dos municípios com novas áreas aptas ao plantio da oleaginosa no Ceará e Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O estudo para indicação das áreas – o zoneamento agrícola de risco climático – leva em conta os períodos de plantio para o cultivo das variedades em condições de baixo risco climático.



Para obter mais informações e adquirir sementes das cultivares, basta entrar em contato com o escritório de negócios da Embrapa em Campina Grande (PB), na Rua Oswaldo Cruz, 1143 – Bairro Centenário – Caixa Postal 174 CEP – 58107-720, ou ainda pelos e-mails encpg.snt@embrapa.br e sementes@cnpa.embrapa.br. (MAPA e Embrapa)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Governo quer incentivar produtores de orgânicos

“A redução de impostos e pagamentos por serviços ambientais, além de incentivos governamentais ao produtor de orgânicos são algumas formas de reduzir gastos e fomentar o setor”, afirmou o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, em palestra, na noite de ontem, durante a BioFach América Latina 2010. O evento segue até amanhã.



Segundo ele, esse é um tema que surge agora na pauta de discussões do setor, que busca, por meio de redução nas questões tributárias e fiscais, reduzir os gastos do agricultor. “Queremos que o produto orgânico tenha preços mais competitivos e que seja permitida a universalização do acesso”, destaca Dias. Ele conta que esse desafio foi colocado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em café da manhã orgânico promovido por representantes do setor, no Palácio do Planalto, há quatro meses. “Uso as palavras do nosso presidente: temos que buscar medidas fiscais e tributárias que permitam o acesso de toda a população aos produtos orgânicos, dos mais ricos aos mais pobres”.



Para Rogério, esse é o início das discussões, que será útil para que empresários e governo comecem a pensar não só em como baixar tributos, mas como também colocar a questão de pagamento por serviços ambientais, que podem ser reduzidos. “Já existem iniciativas, não só no Brasil, mas em outros países, e às vezes são pequenas medidas como essas que podem ser adotadas, trazendo resultados bastante positivos”.



A questão da assistência técnica também é importante e pode ser reforçada com profissionais do governo federal capacitados a levar informações da agricultura orgânica aos produtores, pois, hoje, é um dos grandes desafios para o crescimento do setor. “Aí entra o papel de órgãos, como os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, que têm recursos e já vêm investindo em capacitações de produtores”, conclui Dias. (Sophia Gebrim/MAPA)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Agricultura é essencial para redução de gases de efeito estufa

A agricultura de baixo carbono é uma das medidas centrais para que o Brasil tenha sucesso na mitigação dos efeitos do clima, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta terça-feira, 26 de outubro. Ele encerrou a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, quando também foi lançado o Inventário Brasileiro de Emissões de CO2.



Lula mencionou os R$ 2 bilhões destinados ao programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), instituído este ano, para financiar, a juros baixos, práticas que reúnam eficiência no campo com redução das emissões de CO2. Segundo o presidente, os incentivos do governo para promover uma “safra verde” e o empenho do setor rural juntamente com o combate ao desmatamento serão fundamentais para que o Brasil atinja as metas de redução, até 2020, entre 36% e 39% das emissões de gases de efeito estufa anunciadas em 2009, durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague (Dinamarca).



“Os compromissos estabelecidos estão sendo cumpridos e se continuarmos neste ritmo vamos antecipar a meta em quatro anos”, afirmou. “Estabelecemos metas voluntárias e demos uma resposta ousada e concreta ao mundo sem abdicar de crescimento econômico e promoção da inclusão social”, disse. O presidente citou ainda como ações importantes para mitigar as mudanças climáticas, os zoneamentos agroecológicos da cana-de-açúcar e da palma de óleo, para orientar a expansão das duas culturas com preservação ambiental, e a política de incentivo à tecnologia dos carros flex-fluel. “Os empresários rurais já entenderam que cuidar do clima é uma vantagem comparativa em relação a outros países produtores de alimentos”, completou Lula.



Nesta manhã, o presidente também assinou o decreto que regulamenta o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, que vai financiar ações de combate à desertificação, adaptação ao clima, promoção e difusão de tecnologias, incentivo às cadeias produtivas sustentáveis e pagamento de serviços ambientais. Para 2011, o fundo já tem aprovados R$ 226 milhões.



O Inventário Brasileiro de Emissões de CO2 será apresentado na 16ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-16), em Cancun (México), que será realizada de 29 de novembro a 10 de dezembro deste ano. (Laila Muniz/MAPA)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Congresso Mundial de ensino em alternância debate a educação no meio rural

O diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER), da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Argileu Martins da Silva, participa, de 22 a 24 de setembro, na cidade de Lima, no Peru, do IX Congreso Mundial de la AIMFR: Educación en Allternancia para el Desarrollo Rural. Silva. Argileu, que estará representando o MDA, vai abordar o tema: La educación rural y su impacto en el desarollo local. “O foco do Congresso é impactar de maneira expressiva a pedagogia da alternância com direito ao conhecimento no meio rural”, esclarece.

O Congresso tem por objetivo divulgar o sistema de ensino aplicado em alternância em áreas rurais do Peru e de outras partes do mundo, mostrar a sua contribuição para o desenvolvimento dos povos para a educação integral dos jovens, com o envolvimento das famílias e outras partes interessadas na parceria para a gestão dos centros de formação. O Congresso pretende provocar a reflexão e o intercâmbio de experiências.

Esta 9ª edição do Congresso Mundial, que é realizado a cada cinco anos, tem mais de 1.500 parceiros de 40 países dos cinco continentes. É organizado pela União Nacional dos Centros de Formação Rural em Alternância do Peru (UNCRFAP) e pela Pro Rural – Educação para o Desenvolvimento Rural e conta com o apoio do Movimento Internacional de Solidariedade Familiar de Formação Rural (SIMFR), do Peru.

O sistema de educação em alternância

Implantado no Peru desde 2002, o ensino em alternância promove o desenvolvimento local por meio da formação global dos jovens e adolescentes nas áreas rurais. Este sistema é composto por: associações, constituídas por pais e outros atores locais que compõem os Centros Rurais de Formação de Alternância (CRFA), que aplicam a pedagogia da Alternância. Essas instituições contribuem para a formação profissional do aluno de acordo com o potencial de desenvolvimento local onde estão inseridos, promovendo o empreendedorismo em diversos setores de produção de bens e serviços.

No Brasil, o movimento surgiu no final dos anos 60, soba influência francesa. Os Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs) aplicam a Pedagogia da Alternância e atuam com as Casas Familiares Rurais (CFR) e as Escolas Família Agrícola (EFA), entre outras entidades. Para participar o aluno deve ser filho de agricultor, trabalhador rural ou agregado. O estudante passa por um período de desenvolvimento de atividades nos Centros Rurais com as famílias e comunidades, e o estudo segue um plano de ensino criado entre a escola e a família.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo site www.aimfr-congresoperu.com.
Fonte: Portal do MDA

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Agriminas 2010 começa nesta quinta, em BH

Quem gosta das coisas do meio rural e está nas proximidades da capital mineira pode visitar a Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais (Agriminas), que está completando sua quinta edição. O evento começa nesta quinta-feira, 2 de setembro e vai até o próximo domingo, 5, na Serraria Souza Pinto, no centro de Belo Horizonte.

A Agriminas tem como objetivo expandir o mercado para os produtos da agricultura familiar e ao mesmo tempo qualificar agricultores e assentados da reforma agrária. Durante quatro dias serão apresentados ao público variados produtos da agroindústria familiar e de áreas de assentamento da reforma agrária em todo o Estado.

Os participantes podem, ainda, assistir a palestras técnicas focadas na capacitação de agricultores, reuniões de negócios e oficinas voltadas para o público visitante.

É sem dúvida um momento para se conhecer um pouco mais sobre o meio rural, ou, para quem já conhece, matar a saudade “das coisas do campo”.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pesquisa dá mais utilidade à fava d'anta

Uma árvore do Cerrado que beneficia a população do Norte de Minas pode se tornar fonte de renda ainda mais importante. Hoje, pequenos agricultores vendem os grãos da fava d'anta para duas empresas farmacêuticas que extraem a rutina no Brasil. A substância é usada para a produção de medicamento que fortalece a parede dos vasos sanguíneos. Pesquisa desenvolvida no curso de pós-graduação em ciências agrárias, do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, descobriu que outro princípio ativo da planta, o galactomanano, pode vir a ser utilizado na indústria de iogurtes e sorvetes como espessante. O produto é importado da Índia e do Paquistão a um custo de R$ 18 a R$ 28 o quilo.


A pesquisa desenvolvida como tese de mestrado pelo agrônomo Manoel Ferreira de Souza investigou formas de repor a fava d'anta no Cerrado, já que há riscos de extinção da planta por causa da expansão da fronteira agrícola, que já reduziu esse tipo de vegetação a 60% do original no país. O risco de extinção também está no extrativismo predatório. Há alguns anos, agricultores chegavam a derrubar a árvore para colher as sementes. Hoje, com a ajuda da Universidade, eles já conseguem fazer a colheita com o uso de um instrumento chamado podão, conforme o pesquisador.
A intervenção da Universidade tem se mostrado também favorável para impedir que as sementes da árvore sejam repassadas aos atravessadores por preços muito baixos.
Reconhecendo o valor da planta, também há mais interesse na preservação como fonte de renda. "Em 2001, eles recebiam R$ 0,10 por quilo; em 2010, os atravessadores já pagam R$ 0,80 pelo quilo", diz Souza. Com a venda direta às indústrias, a estimativa é de que o quilo da vagem possa valer R$ 1,20 durante o período de colheita, que começa no final de abril e termina no início do mês de junho. O aumento da remuneração dos pequenos agricultores que pode vir com a exploração do potencial da planta tem relação direta com a preservação, como enfatiza Souza.

A pesquisa sobre a árvore foi realizada em dois anos, com base na vontade, como diz Souza, e com o apoio de R$ 1.045 mensais da bolsa do CNPQ. "Estudei em escolas públicas, escolhi o tema por causa da importância dele na vida das famílias daqui e porque acho que é a forma de dar o retorno que recebi com o recurso público", justifica o agora mestre em agronomia.A descoberta de mais dois princípios ativos na vagem da fava d'anta deve contribuir para aumentar o interesse e a preservação pela população.

Além da rutina, já usada pela indústria farmacêutica (processada na Alemanha), da substância que poderá ser espessante para sorvete, de alto potencial econômico, os pesquisadores descobriram que a semente da planta do Cerrado possui quercetina, que é usada como suplemento alimentar de soldados norte-americanos.


O grande trunfo dos pesquisadores contra a extinção da fava d'anta é a reprodução por meio de semeadura. O método será testado em outubro, na região de Montes Claros. "Conseguimos isso por indução já que o invólucro da semente é quebrado e quando ela entra em contato com a água começa o processo de germinação", explica Souza, complementando que, naturalmente, a germinação só acontece com a chegada da água da chuva. Ele acrescenta que o plantio não significa, de pronto, a multiplicação das árvores, mas garante a substituição das que vão morrendo aos cerca de 15 ou20 anos de idade.

Além de semear, a pesquisa vai recomendar aos agricultores que adubem as plantas nativas com esterco de curral e fosfato, o fertilizante mais barato do mercado. Souza observa que o maior obstáculo para os produtores encamparem o projeto é a baixa estima e, ainda, a falta de reconhecimento do valor da planta como fonte de renda.
A produtora rural Fátima Alves Ferreira, de 45 anos, diz que não pretende começar a plantar a fava d'anta neste ano. Ela foi a produtora que cedeu a área para a pesquisa sobre a árvore. "Teria pouco espaço para isso", desconversa, alegando também falta de estímulo. A árvore da fava d'anta pode atingir até 14 metros no Norte de Minas.

Em 2008, ela e mais 10 produtores conseguiram colher 15 mil quilos de vagem, mas, no ano passado, essa quantidade caiu para 4 mil quilos, em decorrência do ciclo produtivo natural da planta. Segundo as previsões da pesquisa, ao final de duas colheitas com as plantas adubadas, os produtores vão poder comparar o impacto na produção. A agricultora Fátima também se queixa da dificuldade de organizar o produto para vender. "É muito pesado e trabalhoso, a gente só pega porque precisa mesmo", queixa-se.

O pesquisador do ICA concorda com a agricultora e diz que os produtores precisam se organizar em associações ou cooperativas para facilitar a produção e a venda das sementes. "O mercado também é mal organizado e dificulta tanto o escoamento quanto a remuneração dos trabalhadores, sujeitos à ação dos atravessadores", destaca. Conforme Fátima, a produção dela e dos agricultores da região é vendida para a cooperativa de uma cidade próxima(Hoje em Dia).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ALMG aprova exploração da Mata Seca no Norte de Minas

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais promulgou lei que retira a chamada Mata Seca, na Região Norte do Estado, da área de preservação ambiental da Mata Atlântica. A Lei 19.096/2010, publicada nesta quarta-feira (4) no Diário Oficial do Estado, permite que a área remanescente de mata seca, protegida por lei federal, seja desmatada para atividades agrícolas e produção de carvão.

Polêmico, o projeto de lei aprovado em junho pelo legislativo mineiro recebeu críticas de ambientalistas, que o consideraram inconstitucional, pois permite o desmatamento de até 70% da área coberta pela vegetação, como prevê a legislação estadual, mais permissiva do que a federal.

A Mata Seca foi incluída na área de preservação da vegetação nativa da Mata Atlântica pelo Decreto Federal 6.660, de novembro de 2008. Conforme o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a área remanescente corresponde a 48% da área original.

Desmatamento

Na pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica divulgada em maio, Minas figura como o Estado campeão em desmatamento do bioma, entre 2008 e maio de 2010, com 12,5 mil hectares suprimidos de um total de 20,8 mil hectares. O resultado foi atribuído, principalmente, à transformação da mata nativa em carvão para abastecer a indústria siderúrgica do Estado.

O diretor da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, classificou como um "desastre" a lei promulgada. Para ele, "não é uma questão de ambientalistas contra desenvolvimento", como argumentam os defensores do projeto. "A lei não trará desenvolvimento, mas sim uma atividade marginal, com famílias dentro de fornos de carvão", criticou.

O autor do projeto, deputado estadual Gil Pereira (PP), alega que a nova legislação vem apenas "fazer justiça" com o que sempre ocorreu no norte de Minas. "São áreas que já foram mexidas, é o chamado capoeirão, que é só mato ralo", disse. "A lei apenas cria oportunidades para agricultores, pessoas que já trabalhavam antes nessas áreas poderão voltar a trabalhar e produzir", acrescentou.

Concorrência

Para a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas, em caso de concorrência com a legislação federal, os Estados podem adotar leis específicas para seu território, desde que sejam mais restritivas que a lei geral. "O fundamento básico foi contrariado", destacou o superintende Alison José Coutinho. "Vou continuar aplicando a legislação federal, e com certeza haverá conflitos".
O Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual estuda encaminhar representação à Procuradoria-Geral da República solicitando o ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).

A SOS Mata Atlântica também promete questionar judicialmente a constitucionalidade da lei. Diante da polêmica, o governador Antonio Anastasia (PSDB) decidiu não sancionar e nem vetar o projeto aprovado, que foi devolvido ao Legislativo. Anastasia disse que como a proposta partiu e foi aprovada pela Assembleia, achou mais adequado que o próprio Legislativo promulgasse a lei.

O Legislativo mineiro divulgou nota hoje observando que "exaurido o prazo, sem manifestações do Executivo, é obrigação constitucional, indeclinável, da presidência" da Casa promulgar as leis (Com informações da Agência Estado).

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ministério da Agricultura faz história em 150 anos

Brasília - Na próxima quarta-feira, 28 de julho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento completa 150 anos. A data é considerada um marco na história, desde o Império, e será comemorada em solenidades oficiais em todas as 27 capitais brasileiras e, em Brasília, recebe homenagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Wagner Rossi. Nessas 15 décadas, a produção agropecuária brasileira ganha destaque no mundo e promete manter-se como um dos setores mais produtivos e importantes da economia brasileira.

“A história da agricultura brasileira é uma saga de vitórias construídas pela integração do espírito empreendedor dos produtores rurais, do apoio firme do governo e da pesquisa científica para o desenvolvimento de tecnologias adequadas às nossas condições de solo e clima”, destaca Wagner Rossi. “O Ministério da Agricultura foi o grande agente público dessa união”.

O desenvolvimento do setor começou a ganhar contornos expressivos dentro do governo em 1860. À época, predominavam os interesses dos senhores de engenho, no Nordeste, e dos aristocratas do café, no Centro-Sul do País. A lavoura de cana-de-açúcar já se apresentava em declínio por conta dos preços no mercado internacional. O café, em plena ascensão, beneficiava-se da alta de preços ocasionada pela desorganização do Haiti, um dos maiores produtores do grão.

Nascimento

O ministro Wagner Rossi lembra que a conjuntura política, econômica e social daquela época configurava uma séria crise, cujo desdobramento impôs a necessidade de incentivar e racionalizar a agricultura brasileira. Por isso, o governo imperial tomou medidas, como a criação dos institutos imperiais de pesquisa agrícola e estatística e do ministério, inicialmente denominado Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. O Decreto 1.067 foi assinado pelo Imperador Dom Pedro II, em 28 de julho.

Herói da Guerra do Paraguai, Joaquim José Inácio de Barros, o visconde de Inhaúma, foi o primeiro titular da Agricultura. Ele relatou à Assembleia Legislativa as dificuldades do setor, defendendo a necessidade de uma política de crédito agrícola, expansão do sistema viário e implantação do ensino e experimentação agrícola. O visconde trabalhou pela adoção de um sistema de instrução, teórico e prático para os agricultores. Sua idéia era permitir o emprego do capital e o aproveitamento dos novos processos de cultivo, mecanização e outras informações oferecidas pelas escolas de agricultura e veterinária, as chamadas fazendas-modelo.

Em 1909, o Decreto 7.501 recriou a pasta da Agricultura, incorporando as atividades da indústria e do comércio, com a designação de Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Com a revolução de 1930, o órgão passou a compor a estrutura governamental da República, com alteração do nome para Ministério da Agricultura.

A partir dos anos 90, o órgão foi rebatizado. Em 1992, passou a se chamar Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária (Mara). Quatro anos depois, foi chamado Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MAA). Finalmente, em 2001, o órgão ganhou a denominação atual: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Para o ex-ministro Roberto Rodrigues (2003/2006), a agricultura é, historicamente, umas das principais bases da economia brasileira. “Com um século e meio de existência, o ministério tem sido um dínamo nesse processo, que colocou o Brasil no cenário privilegiado das maiores nações agrícolas”, afirma.

Vanguarda

Rodrigues diz que a posição estratégica do ministério, frente às demandas dos produtores rurais brasileiros e dos consumidores do mundo, garante o respeito e admiração de todos que acompanharam suas ações nas últimas 15 décadas. “Os saltos de qualidade que a agropecuária brasileira apresentou nos últimos 20 anos é espetacular e assombra o mundo. Enquanto área plantada de grãos, cresceu 25% e, em produção, aumentou 147%”, ressalta.

De acordo com o ministro Wagner Rossi, alguns dos aspectos centrais no desenvolvimento da agricultura brasileira nos últimos anos estão na fartura de recursos naturais, além da competência do produtor rural e, sobretudo, no domínio da melhor tecnologia agropecuária do mundo tropical. Ele ressalta que, além da criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que impulsionou o desenvolvimento de tecnologia apropriada às diferentes regiões do País, o Ministério da Agricultura promoveu o funcionamento de mecanismos indispensáveis ao desenvolvimento do setor.

O ex-ministro Luís Carlos Guedes Pinto (2006/2007) destaca outros mecanismos também fundamentais, como o incentivo à difusão da tecnologia, o crédito rural, os instrumentos de sustentação de preços, além da defesa sanitária animal e vegetal e o desenvolvimento do associativismo e cooperativismo rural. “Se no passado essa contribuição foi fundamental, é impossível imaginar o futuro sem o desenvolvimento de tecnologias de vanguarda. O desempenho do Ministério da Agricultura deve-se à qualidade do seu quadro funcional, da administração direta e indireta, que atua de forma qualificada e competente”, avalia.

Resultados

O empenho do governo federal ao longo dos últimos anos para instrumentalizar as políticas públicas do setor rural gerou resultados expressivos. O Brasil hoje ocupa o primeiro lugar no ranking de exportação do açúcar, café em grãos, carne bovina, carne de frango, suco de laranja, tabaco e etanol. É vice-líder global na venda de soja, está na terceira posição, no ranking mundial, nos embarques de milho e em quarto lugar nas exportações de carne suína.

Um dos aspectos notáveis no sucesso recente da agricultura nacional é o aumento da produtividade, que teve papel fundamental no crescimento da produção agrícola brasileira. Entre 1990 e 2009, a área plantada de grãos subiu 1,7% ao ano, enquanto a produção cresceu 4,7%. Entre 2000 e 2005 a safra de soja e o aumento da produção de carnes foram os principais responsáveis pelo avanço na exportação agrícola, reforçando a economia nacional.

No chamado complexo soja (grãos, farelo e óleo), as exportações mais que quadruplicaram, saindo de US$ 4,2 bilhões, em 2000, para US$ 17,2 bilhões, no ano passado. As vendas de carne bovina saltaram de US$ 813 milhões, no início desta década, para US$ 4,2 bilhões. As exportações de carnes de frango tiveram aumento expressivo, pulando de US$ 735 milhões para US$ 5,8 bilhões. “Saímos de uma posição irrelevante para nos tornarmos o maior exportador mundial de carne bovina e de frango”, aponta o ex-ministro Francisco Turra (1998/1999). Ele lembra que, nesse período, o Brasil obteve a certificação da Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) para exportar.

É por conta desse desempenho que o Brasil vem sendo apontado pela FAO, o órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, como um dos grandes produtores de alimentos no planeta na próxima década. Segundo estudos da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, em 2020 a produção nacional de carnes deverá suprir 44,5% do mercado mundial.

Ainda de acordo com o Ministério da Agricultura, a safra de grãos (soja, milho, trigo, arroz e feijão) deverá crescer nos próximos anos 36,7%, saltando de 129,8 milhões de toneladas em 2009 para 177,5 milhões de toneladas em 2020. Três outros produtos nacionais que deverão ter um incremento expressivo no mercado mundial de alimentos são açúcar (15,2 milhões de toneladas), etanol (35,2 bilhões de litros) e leite (7,4 bilhões de litros). (Inez De Podestà)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Um grito contra a desigualdade entre campo e cidade

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade


Prezado Luis, quanto tempo.
Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.
Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?
Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?
Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.
Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?
Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.
Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.
Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.
Até mais Luis.
Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.


(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Planejamento garante alimentação do rebanho na estiagem

Criadores na Fazenda Içó, em Juazeiro, já estão usando alimentação armazenada para nutrir os animais
Por causa da estiagem na região norte da Bahia, criadores de caprinos e ovinos situados na Fazenda Içó, em Juazeiro, já estão usando alimentação armazenada para nutrir os animais. “A pastagem nativa é muito pobre em nutrientes nesse período e não supre a necessidade dos animais”, diz o engenheiro agrônomo da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), José Hugo Félix Borges. Por isso, é importante complementar a alimentação com forragem. Os criadores plantaram, colheram e guardaram sorgo, maniçoba, capim búfel, mandioca e melancia forrageira.
O trabalho de manejo com animais feito na Fazenda Icó tem ajudado na organização dos produtores da região de Juazeiro. O trabalho é fruto da parceria entre o Sebrae e instituições como a Fundação Banco do Brasil (FBB). Cerca de 60% da estrutura física da propriedade, concebida em 2004, foi adquirida através de um convênio com a FBB, que formalizou uma adesão diferenciada ao projeto, não só viabilizando recursos, mas investindo também na mobilização social do lugar.
A fazenda-modelo é administrada por um grupo gestor representando 39 comunidades do distrito rural de Itamotinga. Mais de 1700 pessoas se beneficiam dos aprendizados compartilhados sobre criação de caprinos e ovinos. Também são parceiros neste projeto a prefeitura de Juazeiro, Embrapa, Uneb (Universidade do Estado da Bahia), Banco do Nordeste, Governo do Estado da Bahia e Adab (Agência Estadual de Defesa Agropecuária).
Este ano, numa área coletiva de nove hectares, os produtores plantaram a forragem que está sendo útil nesse período seco. Além da área da fazenda, em outras dez comunidades houve planejamento para o plantio. “Antes, a gente deixava de vender animais na seca porque eles não engordavam o suficiente pro abate”, avalia a presidente do grupo gestor da Fazenda Icó, Marlene Roriz.
Com esse trabalho, um novo conceito de mercado vem sendo vivenciado com quem tinha a preocupação somente de tentar salvar os animais. “Estamos oferecendo subsídios para que o criador perceba oportunidades de bons negócios. No mês de agosto, por exemplo, o consumidor paga mais caro pela carne porque não há oferta de animais. Quando o criador se planeja e mantém a produção regular ele tem condições de aproveitar essa janela”, avalia o analista do Sebrae, Carlos Robério Araújo, lembrando que os resultados começam a surgir aos poucos.
Pouca chuva - Num ano em que os índices pluviométricos ficam bem abaixo da média, como este de 2010, a conservação e armazenamento de forragem são imprescindíveis. De acordo com o laboratório de meteorologia da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), de janeiro a junho deste ano, em Juazeiro, as chuvas ficaram bem abaixo da média. “O registro é de 211 milímetros. Apenas 60% do que já deveria ter chovido no primeiro semestre”, aponta o meteorologista Mário Miranda.
A garantia de mais de 20 toneladas de alimento para os animais dos produtores associados da Fazenda Icó foi, em parte, também resultado da insistência. Nos primeiros meses do ano, quando começaram a plantar, a chuva não veio e eles perderam o que haviam semeado, mas voltaram a cultivar a terra. O mês de abril concentrou boa parte da chuva do semestre e foi, literalmente, a “salvação da lavoura”.

terça-feira, 29 de junho de 2010

MPF alerta para riscos em mudança no Código Florestal

Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) especializados em direito ambiental alertaram ontem(28) que se o Congresso aprovar as mudanças propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) no Código Florestal, o meio ambiente poderá sofrer consequências drásticas. Eles também disseram que as populações que vivem em áreas vulneráveis poderão ficar ainda mais expostas a situações de risco, como os recentes desastres naturais ocorridos neste ano.

Numa nota técnica encaminhada hoje ao Congresso, os membros da 4a. Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, especializada no assunto, advertiram para os riscos decorrentes da exclusão de ambientes atualmente caracterizados como de preservação permanente, como topos de morros, montes, montanhas e serras: "Essas áreas são especialmente relevantes para garantir a estabilidade das encostas, o que as torna de extrema importância para o bem-estar da população tendo em vista os desastres envolvendo deslizamento de encostas em época de chuvas, como verificado durante todo o verão de 2010 em diversos Estados."

Os integrantes do Ministério Público criticaram a dispensa de reserva legal em propriedades com até quatro módulos fiscais. "Na Amazônia Legal, onde significativa parte do território tem o módulo fiscal definido em 100 hectares, propriedades com até 400 ha ficarão dispensadas de manter em seu interior área vegetada, estimulando o desmatamento", avaliaram os membros da Câmara especializada em direito ambiental.

O grupo também discorda do que chamou de anistia concedida a quem desrespeitou legislações anteriores. "É importante mencionar que a própria Constituição Federal é que determina a imposição de sanções penais e administrativas às condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, bem como a obrigação de reparar os danos causados", afirmam os integrantes do Ministério Público. Para eles, o substitutivo altera completamente as regras para recuperação de danos ambientais, ao transferir essa responsabilidade para o poder público.

Os membros da Câmara especializada em direito ambiental concluem que as modificações propostas contrariam o que estabelece a Constituição Federal. Segundo o texto constitucional, o poder público deve garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado. "Se (as propostas forem) aprovadas pelo Congresso Nacional, colocarão em risco não somente o equilíbrio ambiental, mas o bem estar da população, especialmente de sua parcela mais desprovida de recursos", afirma a nota técnica (Agência Estado)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Agora é lei: Mata Seca não é Mata Atlântica em MG

O problema do uso do solo nas áreas de Mata Seca, no Norte de Minas Gerais, chegou ao fim. Com 45 votos a favor e um contra, o projeto de lei nº 4.057/2009, do deputado estadual Gil Pereira (PP), foi aprovado ontem, em 2º turno, no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A área de reserva legal de 30% permanece para a região.

Na prática, a lei vai permitir a permanência das pessoas na região. "Duzentas mil pessoas iam ficar sem trabalhar no ano que vem porque foram proibidas de trabalhar pelo Ibama que incluiu a região da Mata Seca no bioma da Mata Atlântica", explicou o deputado Gil Pereira. A lei da Mata Atlântica é nacional e mais rígidas quanto ao manejo.

Após a edição do Decreto Federal 6.660/2008, que incluía a área da Mata Seca como área de preservação de Mata Atlântica, o Ibama firmou um convênio com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para multar quem fizesse a supressão vegetal (desmatamento) nestas áreas.
Com a nova lei nº 4.057/2009, o IEF, de acordo com o deputado autor da lei, Gil Pereira, terá que seguir a lei estadual. "Ela vale mais que o decreto. A matéria recebeu parecer favorável da Advocacia Geral do Estado (AGU) e tem que ser cumprida porque não tem nenhuma inconstitucionalidade", afirmou.

Gil Pereira apresentou o projeto em dezembro do ano passado, após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da "Indústria da Multa" ter sido protocolada pelo deputado Paulo Guedes (PT) para apurar as multas, algumas de mais de R$ 1 milhão, por causa do desmatamento na Mata Seca.

Antes de virar lei, o projeto tramitou na Assembleia Legislativa durante quase sete meses. "Alguns ambientalistas continuam achando que aquilo lá é Mata Atlântica, mas outro dia estava almoçando com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o vice-presidente José Alencar que explicou ao ministro que Mata Atlântica tinha na Zona da Mata", lembrou Gil Pereira.

O texto segue para redação final hoje e deve ser sancionada pelo governador Antonio Anastasia até a semana que vem.

O deputado Paulo Guedes espera que o governador faça cumprir a lei. "Que a Secretaria de Meio Ambiente do Estado cumpra a lei restabelecendo a normalidade na região. Temos centenas de pedidos de projetos no Norte de Minas esperando licenciamento ambiental que eles emperraram", afirmou o deputado Paulo Guedes.

Para o petista, a lei define as regras da Mata Seca, sendo passível de desmatamento dentro do critério estabelecido pela lei.

O antes e depois com a nova lei
Uso do solo em Minas
Como é:
Considera-se Mata Seca, o complexo vegetacional que compreende a floresta estacional decidual, a caatinga arbórea e a caatinga hiperxerófila. O disposto nesta lei não se aplica às áreas de ocorrência de floresta estacional decidual sob domínio da Mata Atlântica

Como fica:
Considera-se Mata Seca ecossistema específico e peculiar do Estado de Minas Gerais, que compreende formações vegetais típicas (O TEMPO)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Agricultura intensiva reduz aquecimento global, diz estudo

Fertilizantes, pesticidas e sementes híbridas de alto rendimento salvaram o planeta de uma dose extra de aquecimento global. Essa é a conclusão de uma nova análise segundo a qual a intensificação da agricultura, por meio da revolução verde, tem sido acusada injustamente pela aceleração do aquecimento global.

Steven Davis, da Instituição Carnegie de Washington, em Palo Alto, Califórnia, e colegas, calcularam a quantidade de gases-estufa emitida no último meio século se a revolução verde não tivesse acontecido. O estudo foi publicado na prestigiada revista "PNAS".

A análise incluiu dióxido de carbono e outros gases, como metano liberado por plantações de arroz. Os autores notaram que, de modo geral, a intensificação da agricultura ajudou a retirar o equivalente a 600 bilhões de tonelada de CO2 da atmosfera cerca de um terço de toda a emissão de gases-estufa entre 1850 e 2005.

As emissões foram reduzidas por a revolução verde aumentou o rendimento das plantações por exemplo, ao promover o uso de variedade híbridas, que produzem mais, e pela uso generalizado de pesticidas e fertilizantes. Isso significa que mais alimento pode ser produzido sem a necessidade de cortar grandes áreas de floresta.

"Acho que nossos resultados mostram o perigo de se focar em apenas uma parte de um sistema complexo", diz Davis em resposta às afirmações de ambientalistas, que veem na agricultura intensiva uma das principais responsáveis pelo aumento das emissões de gases-estufa devido ao processo de produção de fertilizantes e produtos agroquímicos.

"É verdade que as emissões derivadas da manufatura de fertilizantes cresceu por causa da revolução verde", diz Davis, "mas nós mostramos que essas e outras emissões diretas de agricultura são mais que compensadas pelas emissões indiretas que são evitadas ao se deixar terras cultiváveis sem manejo".

Além disso, ao possibilitar que agricultores produzam mais em suas propriedades, a revolução verde evitou que uma área estimada de 1,5 bilhão de hectares uma vez e meia a área dos EUA fosse utilizada para agricultura.

"Nós propomos que é muito importante continuar aumentando a produtividade e, ao mesmo tempo, usar recursos agrícolas, como fertilizantes e água, da maneira mais eficiente possível", disse Davis.

EFEITOS NEGATIVOS

Helmut Haberl, que estuda o efeito da agricultura sobre recursos globais na Universidade Klagenfurt, em Viena (Áustria), considera o estudo impressionante e bem conduzido. No entanto, adverte que o estudo não leva em conta outros fatores danosos da agricultura intensiva, como a degradação do solo, perda de biodiversidade, efeitos tóxicos de pesticidas sobre os agricultores e sofrimento animal.

David Pimentel, da Universidade Cornell, em Nova York, uma autoridade em agricultura orgânica, questiona as conclusões de Davis. Ele cita um experimento de 22 anos conduzido por sua equipe que mostrou que o rendimento de produções de milho e soja orgânicos é equivalente ao da agricultura convencional, mas consome 30% menos energia de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que dobra a quantidade de carbono no solo.

Pimentel também afirma ter demonstrado que a produção orgânica na Indonésia e Índia consome muito menos energia por caloria de arroz ou milho produzido do que a produção intensiva desses produtos nos Estados Unidos.Fonte: Folha Online

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Orgânicos conquistam os supermercados

Sem a figura do atravessador, agricultores orgânicos estão conseguindo colocar seus produtos nas gôndolas de supermercados. A preocupação do grande varejo em aliar consciência social e ambiental a uma melhor qualidade de vida para o consumidor tem estimulado o investimento em marcas próprias e na divulgação dos benefícios desses alimentos, dando visibilidade a produtores de frutas e hortaliças.

O fornecimento direto para o varejo é feito, normalmente, por meio de parcerias com distribuidoras certificadas. "A distribuidora dá assistência técnica, acompanha o cultivo e responsabiliza-se pela compra de 100% da colheita. O agricultor sabe para quem vender", diz o sócio da Rio de Una Alimentos, em São José dos Pinhais (PR), Marco Giotto.

Canal principal. Ex-produtor orgânico, Giotto fundou a Rio de Una, certificada pelo Instituto Biodinâmico (IBD), que hoje conta com 113 agricultores, responsáveis por 450 hectares. O volume de produção é de 400 toneladas de frutas e hortaliças por mês. "Cerca de 60% dessa produção abastece supermercados." Ele diz que os supermercados são o principal canal de comercialização. "As feirinhas orgânicas ainda são pouco representativas do ponto de vista do escoamento da produção", avalia.

As vendas, via distribuidora, normalmente são consignadas e o comprador é exigente. "Não é porque o produto não recebeu agrotóxico que o agricultor pode entregar salada com bicho. Eles cobram qualidade."

A questão logística é outro desafio. "Entregamos de loja em loja, três vezes por semana. Para o produto chegar às gôndolas fresco há um esforço logístico tremendo."

No varejo. No Brasil 90% do consumo é por meio do varejo, diz o produtor Fernando Ataliba, do Sítio Catavento, em Indaiatuba (SP). O sítio possui 36 hectares e há cultivos de mais de 30 itens. Certificado pela Ecocert, escoa 70% da produção - 200 toneladas por ano - via distribuidora, que embala com a marca do varejista e distribui nas lojas. "Varia, mas o produtor fica, em média, com 10% do valor com que o produto chega ao consumidor."

Sem o intermédio de uma distribuidora, o agricultor Joaquim Pires Bueno, de Tietê (SP), negocia diretamente com uma grande rede de supermercados toda a produção de lichia orgânica - 5 toneladas.

"Entrego tudo para o supermercado. Antes vendia via atravessador, mas agora é muito melhor, pois recebo três vezes mais, diz ele, que tem 5 hectares, é certificado pela Fundação Mokiti Okada e cultiva outros 15 itens, como cenoura, abobrinha, ervilha-torta, rabanete e quiabo.

Ele investiu no sítio para se ajustar às exigências do comprador. "Tenho packing house e água de boa qualidade. O cultivo deve seguir uma cartilha de boas práticas de produção. A colheita de hortaliças, por exemplo, deve ser feita no horário certo para garantir a qualidade do produto até o consumidor."

Visibilidade. Para o proprietário da Cio da Terra, em Jarinu (SP), Zuco De Luca, o varejo dá visibilidade aos orgânicos. "Além disso, o agricultor planeja a produção", diz ele, que trabalha com 100 produtores, em 200 hectares. Cerca de 70% das 10 mil bandejas de produtos são destinadas ao varejo.

Os produtores parceiros recebem ainda noções de gestão. "Para atender a uma grande rede, tem de ser profissional, ter os custos no papel", diz o proprietário da Horta & Arte, em São Roque (SP), Luis Carlos Trento. Ex-produtor, ele tem parceria com 40 agricultores, responsáveis pelo cultivo de 200 hectares, com um volume de 100 toneladas de produtos por mês.

O proprietário da Cultivar Orgânicos, em São Roque (SP), Cristiano Nicolau Psillakis, tem 150 produtores parceiros e fornece para o varejo 70 itens. "O varejo exige qualidade, o que estimula a profissionalização do agricultor", defende Psillakis.


PARA LEMBRAR
Produtor deve se adaptar às novas regras

O prazo para os agricultores se adaptarem às novas regras de produção e comercialização de orgânicos termina dia 31 de dezembro. A regularização baseia-se em normas de armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização. Cumpridas as regras, o produtor receberá o selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. Mais informações no site www.prefiraorganicos.com.br, do Mapa. (Fernanda Yoneya - O Estado de S.Paulo)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Agricultores familiares têm prazo de adequação de produtos orgânicos

Agricultores familiares e empreendimentos da agricultura familiar têm até dezembro de 2010 para se adequarem ao novo sistema de garantia dos produtos orgânicos. A medida faz parte do Decreto nº 6.323/07 que instituiu o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. De acordo com o último Censo Agropecuário, já são 90.500 estabelecimentos rurais que praticam agricultura orgânica.
Para o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Arnoldo de Campos, este decreto pode contribuir para a ampliação de possibilidades da agricultura familiar se firmar no mercado e o crescimento número de agricultores inseridos na produção orgânica. “A agricultura familiar caminha para o fortalecimento significativo da produção orgânica no País”, afirma Campos.
O mercado anual de produtos orgânicos do Brasil é de aproximadamente R$ 700 milhões, sendo 40% comercializados no País e 60% para exportação, com crescimento aproximado de 25% ao ano. No Brasil, a produção orgânica é uma atividade que se encontra em franca expansão entre agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Estima-se que em torno de 85% dos produtores orgânicos brasileiros sejam familiares.
Sistema
O novo sistema, sob responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem a função de regular, controlar, definir regulamentos e registros necessários relacionados aos orgânicos. O sistema pretende, portanto, estabelecer a garantia da produção orgânica.
Atualmente, esses produtos seguem vários padrões de qualidade, como instruções normativas e normas certificadoras de redes sociais e do mercado. Com a criação do sistema haverá um padrão brasileiro que será importante para a produção e a comercialização dos orgânicos no mercado interno.
Para Campos, a criação do Sistema Brasileiro reconhece a importância do trabalho feito em Sistemas Participativos de Garantia de Qualidade, realizado por redes que reúnem organizações de agricultores, técnicos, associações, cooperativas, entre outros. Há alguns anos, os sistemas participativos já praticam o controle social de qualidade da produção orgânica. Campos estima que, hoje, as redes em atuação englobam aproximadamente dez mil famílias de agricultores brasileiros.
Venda direta
O decreto também determina as condições para que os agricultores familiares possam comercializar seus produtos diretamente ao consumidor, sem certificação. Para isso, deverão estar vinculados a uma organização com controle social, cadastrada pelo Mapa, ou em um órgão fiscalizador federal, estadual ou distrital conveniado.
De acordo com o decreto, a venda direta consiste na relação comercial direta entre o produtor e o consumidor final, sem intermediários, desde que seja um produtor ou membro da sua família inserido no processo de produção. "O consumidor vai se beneficiar com a melhor qualidade dos produtos, a ampliação da oferta e a diversidade", avalia Campos.

Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Agricultura familiar terá R$ 16 bilhões

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2010/2011 terá R$ 16 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que no ciclo anterior. O anúncio foi feito ontem (12) pelo presidente Lula durante reunião em que entregou à comitiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) as respostas do governo federal às reivindicações do Grito da Terra Brasil 2010. O presidente da Contag, Alberto Broch, avaliou que houve avanços satisfatórios nas negociações. A confederação havia solicitado R$ 20 bilhões para atender demandas de custeio, investimento e comercialização. "Outras medidas devem auxiliar a chegarmos aos R$ 20 bilhões", ponderou Broch.

No encontro, que contou com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, também foi anunciada a duplicação do limite de financiamento do crédito para aquisição de terras, que passa de R$ 40 mil para R$ 80 mil, e a ampliação do teto de financiamento do programa Mais Alimentos de R$ 100 mil para R$ 130 mil por agricultor. O governo ainda deve fazer alteração no conceito da renda bruta anual para efeito de acesso ao Pronaf. Cassel informou que haverá ampliação do valor da receita para enquadramento no programa de R$ 110 mil para R$ 220 mil. Ele também destacou que, a partir do próximo plano safra, 20% dos recursos do Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) irão para a agricultura familiar, valor estimado em R$ 1 bilhão.

Segundo Broch, o presidente Lula teria garantido que, na próxima semana, serão assinados dois decretos. Um deles promove mudanças no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal (Suasa), que trata da inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal. O outro decreto estabelece critérios para a aprovação do manejo e da averbação da reserva legal nos imóveis rurais. O dirigente ainda acredita que o governo federal atenderá reivindicações da pauta de políticas sociais. Uma delas é a inclusão de capítulo específico sobre o campo no Plano Nacional de Educação. Além disso, o Ministério da Previdência Social teria assumido o compromisso de contratar 500 médicos peritos para melhorar o atendimento dos trabalhadores rurais. Broch salientou que a confederação continuará atenta à efetivação das medidas, pois muitas dependem de regulamentação ou autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN).

No primeiro ato de ontem do Grito da Terra, mais de 7 mil trabalhadores rurais se concentram na Esplanada dos Ministérios, onde realizaram assembleia geral e, em torno de um mosaico do mapa do Brasil, se deram as mãos e pediram que as reivindicações fossem atendidas. Lideranças da Contag e representantes da União repassaram as medidas aos agricultores em frente ao Congresso Nacional em ato público à tarde. Como o resultado foi considerado positivo, os produtores começaram a retornar para suas cidades de origem.

PRINCIPAIS MEDIDAS
Plano safra: R$ 16 bilhões;
PGPM: R$ 1 bilhão para pequenos;
Mais Alimentos: ampliação do limite de financiamento para R$ 130 mil;
Pronaf: acesso para agricultores com renda de até R$ 220 mil;
Política agrária: limite de financiamento do crédito fundiário de R$ 40,00 mil para R$ 80,00 mil.
Fonte: Agronlink/Jornal do Comercio - Porto Alegre

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Advogado trabalhista é novo presidente da Conab

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou para presidir a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Alexandre Magno Franco de Aguiar, que já esteve à frente da administração da estatal por dois anos.

Aguiar, 43 anos, paraibano de João Pessoa, é formado em e servidor licenciado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi assessor jurídico da Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, do desembargador Federal do Trabalho, Paulo Américo Maia de Vasconcelos Filho e do juiz Ruy Eloy. Foi, ainda, diretor da Secretaria de Varas do Trabalho em João Pessoa e Picuí (PB) e advogado militante na área do Direito do Trabalho, Civil e Administrativo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Agrishow 2010 termina nesta sexta-feira

Vai até sexta, 30 de abril, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto, SP. São 160 mil metros quadrados de área de exposição, com 730 expositores vindos de 45 países, incluindo o Brasil.
A Estimativa de Público da Agrishow é de 140 mil pessoas de 50 países
e os negócios devem atingir R$ 860 milhões.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Superagro 2010 será lançada nesta terça, 13 de abril

A Superagro Minas/2010 será lançada nesta terça-feira, 13 de abril, na sede da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG).

Em constante crescimento, neste ano a Superagro vai contar com vários segmentos, a exemplo do que vem ocorrendo. Além da Exposição Estadual Agropecuária, já em sua edição de número 50, e da Expocachaça outra grande atração, a Superagro terá a presença dos segmentos da avicultura, fruticultura e apicultura.

A Feira de softwares para o agronegócio (Agrotic) e a Expovet Minas 2010 - Feira de Negócios, Serviços e Produtos Pet e Veterinários, dentre outros, também serão atrações.

Empresas expositoras de Minas e de vários estados participam do evento, com produtos, máquinas e equipamentos para diferentes segmentos da atividade agropecuária.
A feira será realizada entre 26 de maio e 06 de junho, no Parque de Exposições, em Belo Horizonte.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Chuvas de outono amenizam seca

As chuvas que têm caído nos últimos dias podem ter pouco efeito para a produção de alimentos já que a safra está em sua maior parte no final. Mas, por outro lado, é da mais relevante importância. Em algumas regiões, elas se tornam “as melhores chuvas do ano”.

É que nas regiões onde ocorrem secas mais prolongadas, essas chuvas têm o importante papel de “encurtar” a seca, conservando os pastos verdes por um tempo maior, já que em outros anos o período de estiagem começa em meados para final de março.

Com as recentes chuvas e com previsão para a sua continuidade nos próximos dias, não só a seca fica menor, como os rios e córregos entram com volume maior de água no período mais crítico do inverno.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Após revés em 2009, setor de orgânicos prevê recuperação

O ano passado não foi dos melhores para o segmento de produtos orgânicos brasileiros, mas as perspectivas para 2010 são positivas e os negócios já dão sinais de fortalecimento. Com uma queda na demanda internacional e a desvalorização do dólar reduzindo a competitividade dos produtos nos principais mercados consumidores, as exportações encolheram 23% e somaram US$ 44,3 milhões em 2009, mas ainda assim foi o segundo melhor resultado nos últimos cinco anos.

Em 2010, apenas nas duas primeiras feiras do segmento no ano - Nuremberg e Califórnia -, já foram fechados US$ 8 milhões em exportações, mostrando que o mercado está reagindo. As apostas do segmento, porém, ainda estão na regulamentação do Ministério da Agricultura para os produtos orgânicos, que entrará em vigor a partir de dezembro de 2010.

"As certificadoras reconhecem que talvez não consigam atender ao aumento da demanda que está por vir com a entrada em vigor das novas regras para produtos orgânicos. O Brasil tem uma amplitude geográfica muito grande e a produção de orgânicos não está concentrada em uma única região", afirma Ming Chao Liu, gerente do Projeto Organics Brasil.

Ele reconhece que as grandes empresas, especialmente do setor de alimentos, que são as grandes demandantes de orgânicos brasileiros, só devem entrar com força neste segmento no país quando as regras estiverem bem definidas. Hoje, 80% dos produtos vendidos pelo Brasil são para o setor de alimentos e bebidas, enquanto 15% são direcionados para a produção de cosméticos e os 5% para têxteis.

Além das duas primeiras feiras, outros dois indicadores funcionam como termômetro para o setor. O primeiro, e já identificado nos eventos internacionais, são as consultas de compradores estrangeiros para os produtos do Brasil. Além disso, a entrada de novos membros para o projeto sinaliza o interesse de produtores e empresas nacionais nesse mercado.

Em 2005 o projeto iniciou suas atividades com apenas 12 empresas participantes. No ano seguinte o número mais que dobrou de tamanho e chegou a 2009 com 74 participantes, mesmo em um ano de retração do mercado para esses produtos.

E o interesse não é por acaso. Além do apelo que a sustentabilidade passou a representar nos últimos anos, o próprio movimento de divisas que esse mercado passou a ter despertou o interesse de muitos investidores. Mesmo com volumes relativamente pequenos, os produtos orgânicos representam em todo mundo um mercado de US$ 50 bilhões. Mesmo sem dados precisos, no Brasil, as estimativas da Organics Brasil é de que o segmento movimente cerca de R$ 400 milhões. "O potencial ainda é muito grande, já que 70% do que vendemos é exportado como matéria-prima, sem muita agregação de valor", afirma Liu. Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 19 de março de 2010

Recursos para safra em Minas Gerais já alcança R$ 3,9 bilhões



O volume total de recursos aplicados no agronegócio em Minas Gerais, no atual Plano Safra, teve um aumento de 18,7%, informa o Banco do Brasil. O valor aplicado no Estado alcançou R$ 3,9 bilhões, na comparação com os R$ 3,2 bilhões registrados de julho/2008 a fevereiro/2009. De acordo com a superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura de Minas Gerais, o balanço é positivo e a demanda de recursos pelos produtores do Estado neste ano-safra deve alcançar o valor de R$ 6,5 bilhões. O recurso é destinado ao custeio, investimento e comercialização da safra.
Segundo o assessor técnico da Superintendência, Daniel Carneiro, essa cifra foi estabelecida por um acordo de cooperação técnica entre o Governo de Minas e o Banco do Brasil em julho de 2009. “Pelo acordo, do total liberado para Minas, recursos de R$ 5 bilhões seriam destinados nesta safra à agricultura empresarial e R$ 1, 5 bilhão à agricultura familiar. Esses valores são cerca de 30% superiores aos do período anterior.”
A expansão das aplicações desde julho de 2009, segundo o levantamento do Banco do Brasil, reforça a expectativa da demanda de crédito prevista pela instituição e o Governo do Estado. O valor a ser aplicado nesta safra será, neste caso, 27,5% superior ao da safra passada, que foi de R$ 5,1 bilhões. O crescimento do total de recursos aplicados em investimentos na agricultura empresarial mineira, no período de julho/2009 a fevereiro/2010, foi de 223,2%.
“Na agricultura familiar mineira, o crescimento das aplicações em investimentos foi de 99,4%”, observa Daniel Carneiro. O aumento de recursos demandados nessa linha de crédito é um sinal positivo, porque o dinheiro foi utilizado na compra de máquinas, equipamentos e em benfeitorias nas propriedades. “Esses investimentos irão retornar em forma de produtividade”, diz o assessor. “Foi muito significativo o aumento na quantidade de operações contratadas no Programa Mais Alimentos (investimentos em máquinas e equipamentos). No período analisado houve o registro de 5.495 contratos na comparação com os 951 contratos realizados entre julho/2008 e fevereiro/2009.
Em Minas Gerais, tem destaque os seguintes valores já liberados para o agronegócio dentro do acordo de R$ 6,5 bilhões: para os produtores de café, R$ 1,3 bilhão; para os produtores de milho, R$ 481 milhões; e para os produtores de soja, R$ 320 milhões. O conjunto de segmentos da bovinocultura captou R$ 829 milhões. Do total de crédito demandado, o maior volume foi para o Sul de Minas (34%) e em segundo lugar para a Zona da Mata (18,3%).
“No caso de a linha de crédito atual ser insuficiente para a demanda dos produtores mineiros, o Governo do Estado poderá interceder junto ao Banco do Brasil para obter a ampliação dos recursos”, diz ainda o assessor. “O crédito é um componente indispensável para que os produtores busquem resultados em suas atividades”, finaliza. Fonte: Seapa-MG

quinta-feira, 11 de março de 2010

Temperatura nas regiões Centro-Oeste e Nordeste chega a 39 graus

A temperatura máxima pode chegar a 39ºC nos estados das regiões Centro-Oeste e Nordeste nesta quinta-feira (11), segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O dia será nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas em Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal. O tempo fica claro, com períodos de parcialmente nublado, névoa seca e chuva em áreas isoladas no centro e leste de Mato Grosso do Sul. Pode chover, ainda, no Maranhão, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Bahia e Piauí. A temperatura mínima nas duas regiões pode chegar a 18ºC.



O Norte do País terá dia encoberto a nublado com pancadas de chuva no Acre, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Pará e Roraima. Na região Sudeste, o tempo fica parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva e trovoadas em Minas Gerais e Espírito Santo e em áreas isoladas no Rio de Janeiro e São Paulo. A temperatura máxima prevista é 37ºC e a mínima de 12ºC.



O Inmet prevê, ainda, dia nublado a parcialmente nublado com pancadas de chuva no Rio grande do Sul e Santa Catarina e com névoa seca no Paraná. A mínima prevista é de 10ºC e a máxima de 33ºC. (Sophia Gebrim, do MAPA, com informações do Inmet)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Lagarta Preta: a nova inimiga número

Lavouras de soja de seis municípios da Região Central são atacadas pela lagarta preta. Mais voraz do que a lagarta comum, ela pode matar o pé em uma semana

Desde o início do ano, os produtores de soja de seis municípios da Região Central Itaara, Ivorá, Júlio de Castilhos, Pinhal Grande, São Martinho e Quevedos estão em volta com uma inquilina para lá de indesejada. Velha conhecida dos agricultores, a lagarta preta, porém, nunca havia aparecido em tão grande número como neste ano. O primeiro ataque ocorreu em meados de janeiro. A larva tem apenas dois centímetros, mas é capaz de causar estragos enormes.

– Nessa fase, o pé de soja estava pequeno, e a aplicação de inseticida foi eficiente – diz Juliano Dalmolin, engenheiro agrônomo do Grupo de Extensão com Tecnologia para a Agricultura (Gepagre), que presta assistência para a Cotrijuc.

No início de fevereiro, as lagartas voltaram com força. Como a planta já estava com maior porte, a eficácia do inseticida ficou comprometida. A maioria dos produtores faz a pulverização da lavoura com a ajuda de tratores, e a haste empregada para espalhar o defensivo fica até 40 centímetros acima da planta. Com isso, o composto não consegue penetrar em toda ela.

– O inseticida é aplicado na parte superior das folhas, e a praga ataca a metade de baixo – explica Dalmolin.

As lagartas agem de baixo para cima porque iniciam o ataque assim que o ovos depositados pela borboletas eclodem no chão. Só em Júlio de Castilhos, desde janeiro pelo menos 20 agricultores buscaram orientação no escritório municipal da Emater.

– O agricultor está apreensivo devido à grande incidência da lagarta. Em apenas um metro quadrado de lavoura foram encontrados cerca de 40 indivíduos. É uma quantidade suficiente para comer os pés de soja nessa área em uma semana – afirma Jader Oliveira, responsável técnico da Emater de Júlio de Castilhos.

A preocupação com a lagarta preta superou, de longe, o antigo temor da ferrugem asiática. Esse ano, a ferrugem apareceu – houve 10 focos na região –, mas graças à aplicação antecipada de fungicida, assim que a chuva começou a tornar-se constante, não haverá perda na lavouras. Quanto à nova inquilina, não há tanta certeza.

– Os inseticidas tradicionais não fazem efeito, e a lagarta tornou-se uma praga muito mais prejudicial do que a ferrugem asiática. Virou a inimiga número 1 dos produtores – diz Oliveira. Fonte: Zero Hora.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Aumento da produtividade agrícola passa pelo cerrado e áreas degradadas

A produtividade no campo brasileiro pode ganhar impulso com o aproveitamento de áreas degradadas e o uso de locais de pastagens, melhor aproveitamento do cerrado e o aumento da prática de irrigação. Foi o que apontou o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Reinhold Stephanes, ontem, quando apresentou a jornalistas os cenários de produção, exportação e consumo previstos para a safra 2019/2020.

Para Stephanes, o desempenho da produção vai se dar, principalmente, pelo aumento de produtividade e pela incorporação de novas áreas de pastagens, já que a pecuária deverá ocupar menos espaço no campo. “O sistema de produção de bovinos tende a se tornar mais intensivo e vai ocupar menos áreas. Essa é uma das grandes possibilidades que temos”, destacou.

O ministro antecipou que a recuperação das áreas degradadas será intensificada com linhas de crédito específicas e taxas de juros diferenciadas, que serão anunciadas no próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2010/2011). “O plano também vai incluir item específico dos compromissos voluntários assumidos na COP-15, realizada em dezembro passado, em Copenhagen (Dinamarca). Esses também são sistemas de produção que dão mais lucro e melhores condições para os nossos produtores, ou seja, atendem questões de emissão de gases de efeito estufa e sustentabilidade, além de melhorar a economia”, disse o ministro.

O segundo caminho apontado por Stephanes para as boas perspectivas agrícolas no Brasil é o melhor aproveitamento do Cerrado. Ele citou como exemplo a região de “Matopiba”, que compreende Maranhão, leste de Tocantins, sul do Piauí e norte e oeste da Bahia. “Ali temos uma grande área de Cerrado e, ao obedecer toda a legislação ambiental, temos possibilidade de avançar. Ou seja, podemos aumentar a produção sem necessidade de novos desmatamentos no bioma Amazônia ou em outras áreas frágeis do Brasil,” disse. (Com informações do MAPA)

terça-feira, 2 de março de 2010

“Barraginhas” retêm água no Norte de Minas

Pequenas barragens retêm água das chuvas e contribuem com a perenidade dos rios






Para aproveitar melhor as chuvas, o uso de pequenas barragens em propriedades rurais no Norte do Estado, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) vem tendo bons resultados no combate à seca na região.

Trata-se de intervenções em pequenas enxurradas ou locais onde fica mais fácil armazenar água. Normalmente às margens de estradas, em pequenos declives em meio às pastagens ou, o que é melhor, onde se iniciam pequenas voçorocas.

A eficiência deste trabalho está em reter uma grande quantidade de água que, se não fossem as “barraginhas” escorreria direto para os rios. Ou seja, a água das chuvas passa a ser retida e infiltrada no solo contribuindo, assim, com o aumento do volume de água nos lençois freáticos e nos rios.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cooperativas: acesso ao crédito fica mais fácil

O limite de financiamento do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro) foi ampliado de R$ 25 mil para R$ 40 mil por associado. A medida acaba de ser autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reuniu hoje (25).



O CMN ainda definiu que todo recurso disponível para o programa, R$ 2 bilhões, poderá ser direcionado ao financiamento das cooperativas. Anteriormente, apenas metade desse valor poderia ser aplicado dessa forma.



Operado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Procap-Agro foi criado na safra 2009/2010 para promover a recuperação ou a reestruturação patrimonial das cooperativas de produção agropecuária, agroindustrial, aquícola ou pesqueira, via integralização de cotas-partes de capital. Nesta safra, foram disponibilizados R$ 2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão destinado, anteriormente, ao financiamento.



“Muitos produtores rurais, associados a cooperativas, não têm capacidade de pagamento ou limite de crédito para obtenção de novos financiamentos, principalmente por conta das prorrogações por frustração de safras, o que dificulta a capitalização da cooperativa via integralização de cotas-partes pelo associado”, explica o diretor do Departamento de Economia Agrícola, Wilson Araújo.



Araújo observa que, com as mudanças indicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e aprovadas pelo CMN, as condições para contratar o programa melhoram. “Mesmo antes dessa medida, já tínhamos boas notícias. Só o Banco do Brasil já tem comprometido recursos da ordem de R$ 800 milhões, com financiamentos contratados ou aprovados diretamente com cooperativas singulares”, informa. Fonte:Ministério da Agricultura.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Agricultura familiar - uma leitura apressada

Associado às cooperativas, o pequeno produtor já atua hoje no agronegócio. Por Reinhold Stephanes*


O equivocado censo relativo a um grupo fortemente heterogêneo de produtores rurais, intitulado de agricultores familiares, ganhou uma leitura apressada e trouxe à tona uma disputa que vai tomando proporções absurdas, dentro e fora do governo. E deve ser vista com preocupação porque incita a divisão imaginária e maniqueísta dos agricultores, distorcendo dados e tomando como iguais agriculturas muito diferentes, variando entre aquelas famílias rurais que produzem apenas para o autoconsumo e as propriedades mais eficientes e tecnificadas, que hoje são a maioria e atuam comercialmente. Com objetivos econômicos radicalmente diferentes, todas têm em comum, apenas, a gestão familiar.

O conceito central correto que interpreta tais diferenças é o da sociabilidade capitalista, processo social que gradualmente transforma as que produzem para o próprio sustento, integrando-as economicamente. Assim, em certo momento histórico se verificará a existência apenas do segundo grupo, com todos os produtores sendo ativos agentes econômicos. Essa foi a trajetória agrária dos países avançados, inexistindo razões lógicas para imaginar que o Brasil poderá seguir rumo radicalmente estranho a esse padrão.

No Brasil, a expressão "agricultura familiar" ainda abarca visões muito distintas, que costumam variar de acordo com a ideologia de quem a emprega, gerando nefastas manipulações, cujos objetivos são exclusivamente políticos. Há até perspectivas sonhadoras que apostam em um pequeno produtor anticapitalista e que pregam o retorno a um mágico comunitarismo coletivista e não mercantil. A maioria dos produtores discorda desse conceito, principalmente os que fazem parte da classe média rural.

Ilusionismos à parte, tem sido escamoteado que os critérios para nomear esses agricultores como familiares nasceram de uma demanda social dos anos 1990. Qual seja, uma política de financiamento da produção específica para os estabelecimentos de menor porte e sob gestão familiar. Nesse sentido, formalizado em 1994 para assegurar os recursos financeiros àqueles produtores, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi bem sucedido, pois aumentou notavelmente o volume de crédito e o número de agricultores atendidos, sobretudo sob a atual administração federal.

Causa espanto que muitos desconsiderem nossa história recente, começando com a revolução produtiva iniciada na década de 1970, que transformou o Brasil na atual potência agrícola. A espetacular modernização agrícola tem irrigado o campo sob densa capilaridade monetária, alicerçando as cadeias produtivas e estimulando um contínuo aperfeiçoamento tecnológico. A significativa elevação da produtividade agrícola apenas espelha tal fato. O que justificaria, portanto, a reiteração do passado e o discurso polarizador de apenas dois grupos sociais de produtores, os familiares e os não familiares, quando a agricultura é cada vez mais diversificada social e economicamente? Afinal, a maioria dos pequenos agricultores, especialmente no Centro-Sul, vinculados a cooperativas, também participa do agronegócio, ou seja, das cadeias produtivas constituídas no período contemporâneo. E a integração social e econômica, no final, é o que todos almejam.

A democratização do crédito rural já é uma realidade e, dessa forma, precisamos suplantar tais equívocos, reformulando o atual hibridismo ministerial e garantindo um segundo momento de modernização, consentâneo com as exigências atuais, especialmente as ambientais. Políticas diferenciadas, por exemplo, que atenuem a heterogeneidade ignorada por aqueles que distorcem o conceito de agricultura dita familiar. Ações destinadas a eliminar a pobreza rural, que hoje está concentrada em regiões do Norte, principalmente e, do Nordeste, mas sempre almejando a plena integração econômica e social dos produtores de menor porte.

Em especial, é preciso focar na esquecida classe média rural, que se tornou a maior credora da modernização econômica nos países de agricultura avançada. Apoiá-los, cada vez mais, sob políticas que promovam a prosperidade sócio-econômica e estimulem um modelo ambientalmente sustentável, essa é a nossa tarefa central.

O Ministério da Agricultura, mobilizando o melhor da ciência agrícola sob o comando da Embrapa, com apoio da rede estadual de pesquisa, e fundando-se em sua centenária experiência a serviço de todos os agricultores, está plenamente preparado para liderar esse desafio. Superados os equívocos que emperram essa quadra histórica, a agricultura brasileira será ainda mais exemplar para o mundo.

* Reinhold Stephanes é ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Fonte: Valor Eoconômico - 24 de fevereiro de 2010.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dias de aflição à espera das chuvas

Seca chega mais forte ao Norte de Minas Gerais e arrasa plantações de milho e de feijão, antes mesmo do período crítico da estiagem. Volume de água em reservatórios, córregos e rios diminui, deixando produtores apreensivos.

A vegetação e o pasto estão verdes. A impressão que se tem é de que está tudo bem no campo, mas, por trás das aparência a realidade é outra no Norte de Minas Gerais. Os agricultores enfrentam muitas perdas nas lavouras e estão preocupados com o que virá. Há motivo para esse temor: a "seca verde" que volta a se repetir na região. Em meio à onda de calor enfrentada no país, o sol forte castiga o Norte do estado há mais de 45 dias e vem produzindo efeitos devastadores. Em alguns municípios, as lavouras de milho e feijão amargam perdas superiores a 50%. Agora, a estiagem ameaça as pastagens. O volume de água nos reservatórios (tanques), rios e córregos também diminuíu. Diante desse quadro, produtores não veem alternativa. É rogar para os céus, pedindo a chuva. Se ela não voltar nos próximos meses, a região poderá sofrer com uma nova catástrofe no período normal - e mais crítico - da estiagem, que vai de maio a outubro.

No início do atual período chuvoso, a situação parecia melhorar, principalmente, para os agricultores que vivem das lavouras de subsistência. Com as boas chuvas de outubro, novembro e dezembro, fizeram o plantio. A semente nasceu bem e eles acreditaram que teriam farta colheita. "Houve um entusiasmo entre os agricultores de que o ano seria bom de chuva", afirma o gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas (Emater-MG) em Janaúba, Valmissoney Moreira Jardim.

Contrariando a expectativa, no início de janeiro, no momento de as lavouras "vingarem", quando mais era necessária a sua produção, não caiu água. As mais prejudicadas pelo "veranico" foram as plantações de milho, muito importantes na agricultura de subsistência por garantir a alimentação do gado e dos pequenos animais no período crítico da estiagem. "Somente Deus para ter piedade da gente", diz o produtor Domingos Gomes Barbosa, de 67 anos, da localidade de Pajeú II, no município de Janaúba. Ele plantou sete hectares de milho. Poderia colher 210 sacas (30 por hectare).

"Mas a chuva não veio na hora certa e não vai dar para colher", afirma seu Domingos, sem conseguir esconder a tristeza, ao ver a plantação "queimada" pelo sol. Ele decidiu soltar as vacas dentro do milharal, "para aproveitar, pelo menos, as folhas", conta. A realidade é bem diferente da safra chuvosa 2008/2009, quando plantou 17 hectares de milho e colheu 412 sacas.

A perda da roça de milho e o comprometimento do pasto levam a uma preocupação a mais para o agricultor, de como alimentar as 40 reses da fazenda, durante o período crucial da seca, a partir de maio. Ele fez um plantio de 3,5 hectares de sorgo, para a silagem, mas acredita que não será o suficiente. "Se a chuva não voltar nos próximos dois meses, vou ter que vender mais da metade do gado", diz seu Domingos.

Vizinha de Domingos, a sitiante Inês Lina de Souza, de 77 anos, plantou uma área de 2 hectares de milho no terreno localizado no fundo da casa em que mora. A colheita da rocinha garantia a criação de galinhas e alguns porcos, atividade que complementa a aposentadoria e ajuda no sustento da família. Mas, Lina explica que o sol foi tão forte que destruiu até o mesmo o feijão catador, cultivado no meio do milho e que é mais resistente ao clima seco. "Agora, em lugar de vender, vou ter que comprar milho. O pior é que está muito caro. Custa R$ 30,00 a saca", lamenta a agricultora.

Os prejuízos da "seca verde" se multiplicam em outros municípios do Norte do estado. A família de Enedina Xavier Ruas, de 74 anos, da localidade de Traçadal, município de Francisco Sá, plantou 4 hectares de milho. Como faltou chuva, as espigas não granularam. Ela, agora, tenta aproveitar o que sobrou, alimentando o gado. "Rezamos para chover, pelo menos para salvar o pasto", afirma a experiente agricultora.

O vaqueiro César Gomes, da mesma propriedade, plantou meio hectare de milho, sonhando com uma renda extra. "Mas, não vai dar para colher nada", constata. "Dona" Enedina tenta se acostumar com as estiagens sucessivas. Ela conta que todo ano a família planta uma roça de milho para fazer "reservas" para alimentar o gado nos períodos mais difíceis, tentando encher um paiol na sede da fazenda. "Mas, faz 12 anos que esse paiol está vazio", afirma. Os prejuízos também são contabilizados pelos agricultores Jorge José dos Santos e Dalva Isabel de Oliveira.

O casal plantou uma lavoura de dois hectares de milho. "A semente nasceu bem. Se chovesse bem em janeiro, a gente colheria cerca de 30 sacas por hectare. Mas, agora, acho que a roça toda não vai dar nem cinco hectares", afirma Jorge. Em Traçadal, a angústia não é maior porque os agricultores recorrem a poços tubulares. Por enquanto, os reservatórios de captação de água de chuva ainda estão cheios. Mas, se prevalecer o sol forte, isso não vai durar muito tempo. Os córregos da região já estão secos. Fonte: Jornal Estado de Minas

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MG sedia evento das Ceasas latino-americanas

Está prevista para o período de 24 a 27 de março, em Belo Horizonte e Contagem, a realização do Encontro da Federação Latino-americana de Mercados de Abastecimento (Flama), um dos mais importantes eventos internacionais para discutir o desenvolvimento dos entrepostos atacadistas da região. Promovido pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), o evento vai reunir dirigentes, técnicos e demais lideranças do setor agroalimentar.

A programação inclui apresentações e palestras sobre assuntos como a realidade das Ceasas, combate ao desperdício e segurança alimentar, legislação do setor e planejamento estratégico da Flama. Ainda está prevista uma visita técnica ao entreposto de Contagem da CeasaMinas, considerado o mais diversificado do país e o segundo no país em oferta de hortigranjeiros, cereais e industrializados.



A Abracen é presidida pela CeasaMinas desde abril do ano passado. A entidade conta hoje com 26 Ceasas filiadas que movimentam em torno de R$ 17 bilhões e ofertam cerca de 17 milhões de toneladas de produtos. Os entrepostos congregam 10 mil empresas estabelecidas e geram 200 mil empregos diretos (Ascom/Ceasaminas)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Superagro 2010 traz novos eventos da área do conhecimento

A Superagro Minas realiza sua sexta edição em 2010, no período de 26 de maio a 6 de junho, em Belo Horizonte, trazendo novos eventos na área do conhecimento. A feira terá nesse ano a II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária e a Expovet - Feira de Negócios, Serviços e Produtos Pet e Veterinários, que terá uma grade de palestras com temas de mercado e saúde animal. Terá também o Ciclo de Aulas Técnicas, que volta devido ao bom desempenho alcançado em 2009 junto aos estudantes de áreas afins ao agronegócio.



A feira é uma promoção do Governo de Minas, por intermédio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Sebrae Minas. Em 2009, o evento recebeu cerca de 64 mil visitantes.



Criada em 2005, a Superagro tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento do agronegócio mineiro reunindo, no mesmo ambiente, os produtores rurais e as empresas fornecedoras de insumos, máquinas, equipamentos e serviços para as diversas atividades do agronegócio, firmando-se como oportunidade para a prospecção e realização de negócios. É oportunidade também para apresentar ao público urbano a importância do campo para o abastecimento da população e para a economia de Minas e do Brasil. De janeiro a outubro de 2009, o agronegócio mineiro movimentou R$ 83,65 bilhões, de acordo com o “Perfil do Agronegócio Mineiro”, publicado em janeiro desse ano pela Secretaria de Agricultura de Minas. O setor responde por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.



Defesa Agropecuária - Na II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária estará em debate o futuro do setor, por meio de palestras, minicursos e workshops que reunirão veterinários, zootecnistas, agrônomos, biólogos, técnicos agrícolas e farmacêuticos, além de representantes de órgãos dos governos e da iniciativa privada. A Conferência vai trabalhar com base nos resultados apontados pelo Projeto de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária, realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com apoio do Ministério da Agricultura, dos órgãos de defesa agropecuária dos estados e de instituições de ensino superior e pesquisa. O projeto identificou gargalos existentes no setor em nível nacional como a necessidade de se avançar na legislação, informatização, interação entre os agentes do setor e no aumento de profissionais. “O que buscamos é uma defesa agropecuária com visão de futuro”, argumenta o coordenador do Projeto, Evaldo Vilela, lembrando que o Brasil possui reconhecidamente uma das legislações mais completas nessa área.



Vilela reforça que o Projeto surgiu da necessidade de levar o assunto "defesa agropecuária" para dentro das universidades. “O agronegócio do Brasil é potente, mas para se manter assim, precisa de uma defesa agropecuária forte. Fortalecer a área para uma atuação mais eficiente exige a formação de profissionais mais capacitados”. Vilela assegura que essa foi a motivação básica do Projeto, mas outras vieram em conseqüência, como “conhecer quais as tecnologias disponíveis no Brasil com aplicação na defesa e entender o que pensa o usuário da defesa e as demandas dos empresários do setor”. A II Conferência é uma promoção do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Ministério da Agricultura.



Expovet - As palestras programadas pela Expovet serão gratuitas e a programação preliminar já consta nos sites www.expovet.com.br e www.superagro2010.com.br . Poderão participar lojistas e proprietários de pet shops e médicos veterinários. Inicialmente estão previstos treze temas, focados basicamente em ações de mercado e saúde animal. Entre eles, doping em cavalos e diagnóstico e tratamento de cólicas em equinos, marketing e merchandising, consultoria administrativa e financeira para pet shops, técnicas de banho e tosa e a importância da informatização dos estabelecimentos pet. Paralelamente às palestras, a Expovet vai apresentar produtos e serviços diversos para pequenos animais nas áreas de nutrição e saúde e outros como tratamentos para emagrecimento, além de mobiliário para as lojas.



O mercado pet - que inclui pequenos animais como cães, gatos, aves e pássaros - entre outros, vem crescendo em Minas Gerais, assim como no Brasil. Somente em território mineiro há 4.698 pet shops. E para atender a esse mercado, há cada vez mais produtos, medicamentos, variedade de alimentos, serviços e acessórios, entre muitos outros. O objetivo da feira é aproximar os empresários e os profissionais do setor das últimas novidades desse segmento. “Minas é um mercado crescente, mas os proprietários dessas lojas geralmente se dedicam a todos os afazeres do estabelecimento e, com isso, não têm muita oportunidade para frequentar feiras, principalmente fora do Estado. A Expovet na Superagro terá a função de fazer essa ponte entre profissionais, empresários e mercado”, explica Fabiana Braz, da Primor Eventos, empresa que realiza a feira. (Seapa-MG)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Café: fonte de energia para o carnaval

O cafezinho de todos os dias é também uma excelente fonte de energia para os foliões neste Carnaval. Além da cafeína (substância mais conhecida), cada grão possui grande variedade de minerais, como potássio, cálcio, sódio, ferro, aminoácidos, triglicerídeos e ácidos graxos livres, além de açúcares como glicose, frutose, maltose e polissacarídeos.



O café também contém a niacina (vitamina B3) e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos, que ajudam na remoção de radicais livres, reduzindo o envelhecimento precoce dos tecidos.



Energia - O consumo regular de até quatro xícaras diárias, ajuda a manter o corpo ativo, além de aumentar a sensação de bem-estar e humor. Isso porque a cafeína anula os efeitos da substância química, que causa o sono (adenosina), e otimiza os efeitos da microcirculação, que melhora o fluxo sangüíneo. O café contém de 1 a 2,5% de cafeína, que produz esse efeito estimulante.



Pesquisas - Administrado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Café, e financiado pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) do Ministério da Agricultura, o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café elabora pesquisas sobre as influências da bebida no organismo humano. Esses estudos, de profissionais da área de saúde de países, como Estados Unidos e Japão, comprovaram, por exemplo, que o café pode fazer bem ao coração, evita a depressão, estimula o aprendizado, ajuda a controlar hiperatividade e contribuem para dietas para emagrecimento.



“Além disso, o uso farmacêutico do grão já vem sendo discutido e pode se tornar, em breve, uma realidade no mercado brasileiro”, ressalta o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Lucas Tadeu Ferreira. (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pena Branca vira notícia

Foi grande, principalmente nos sites de notícia, a repercussão da morte do cantor Pena Branca. Só em blogs foram cerca de 110 mil postagens. Os principais meios de comunicação, como a TV Globo, também não deixaram passar “em branco”.

É satisfatório saber o interesse do meio urbano pelas “coisas” do Brasil rural. Pena que só dão valor a grandes nomes da nossa música depois que eles se vão. Fica um alento a repercussão da perda de Pena Branca. O mesmo não se pôde dizer quando da morte do grande violeiro Tião Carreiro e do próprio Xavantinho.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A música caipira perde Pena Branca

“Palavra Rural” tem como sua primeira postagem uma notícia que abalou os amantes da música sertaneja de raiz.

Foi sepultado ontem em São Paulo, o corpo do cantor José Ramiro Sobrinho, mais conhecido como Pena Branca que por muitos anos formou dupla com seu irmão Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, falecido em 1999. Pena Branca morreu no dia 8 de fevereiro de 2010, aos 70 anos. Ele passou mal em casa, no bairro do Jaçanã, zona Norte de São Paulo. O cantor sofreu um infarto e foi levado para o hospital, mas não resistiu.

Pena Branca e Xavantinho começaram a cantar em 1962 e formaram umas das mais representativas duplas da música caipira brasileira. Depois da morte de Xavantinho Pena Branca seguiu carreira sozinho e conquistou um Grammy Latino.


Pena Branca nasceu em Igarapava (SP) em 4 de setembro de 1939 e foi o primeiro dos sete filhos do casal Dolores Maria de Jesus e Francisco Silva. Três anos mais tarde nasceu Xavantinho, já no Distrito de Cruzeiro dos Peixotos, município de Uberlândia, onde o pai possuía uma pequena lavoura e criava gado em terras arrendadas.

Entre os sucessos cantados por Pena Branca e Xavantinho, estão Cálix Bento, Chalana, Cio da Terra e Flor do Cafezal. São músicas que fazem parte não só do sucesso de pena Branca e Xavantinho, mas de várias gerações de amantes da música caipira. (Com informações do Jornal Correio de Uberlândia)