sexta-feira, 19 de junho de 2015

Uso de agrotóxicos no Brasil cresce mais de duas vezes e meia em dez anos

O uso de agrotóxicos na agricultura brasileira mais do que dobrou entre os anos de 2002 e 2012, divulgou hoje (19) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), o uso de agrotóxicos saltou de 2,7 quilos por hectare (kg/ha), em 2002, para 6,9 quilos por hectare em 2012 – variação de cerca de 155%.

Segundo o IBGE, os produtos mais usados em 2012 são os considerados perigosos ou muito perigosos, com 64,1% e 27,7% do total de produtos comercializados naquele ano.

Os herbicidas foram os agrotóxicos mais comercializados no período, com 62,6% do total de vendas, seguidos dos inseticidas, com 12,6%, e dos fungicidas, com 7,8%.

O uso de agrotóxicos por área foi maior na Região Sudeste, com 8,8 quilos por hectare, e o estado de São Paulo foi o que fez o uso mais intenso em 2012, com 10,5 kg/ha. O segundo estado com maior uso de agrotóxicos é Goiás, com 7,9 kg/ha, e o terceiro, Minas Gerais, com 6,8 kg/ha.

O menor uso de agrotóxicos foi verificado no Amazona e no Ceará, onde o valor é menor que 0,5 kg/ha. Fonte: Agência Brasil








terça-feira, 9 de junho de 2015

Vale do Jequitinhonha desponta como produtor de uva

O cultivo da uva começa a se tornar boa alternativa de renda para os agricultores familiares de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. Na última safra, a produção de uva niágara branca e rosada chegou a 70 toneladas, que resultaram em faturamento de R$ 280 mil.
Atualmente, dez famílias da região se dedicam à atividade, com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). A cultura já ocupa aproximadamente 9 hectares no município, sendo 5 em produção e outros 4 hectares em formação. A maioria é da comunidade rural Ponte do Funil, onde o agricultor Odair Ferreira de Quadros iniciou o plantio de uvas, com a experiência adquirida em lavouras do Estado de São Paulo.
Em busca de recursos e orientação técnica, Odair procurou o escritório da Emater-MG em Turmalina e recebeu a assessoria necessária para fazer um projeto e obter financiamento de R$ 4 mil do Banco do Brasil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal. O sucesso na iniciativa, que começou em meio hectare de terra, estimulou outros produtores a investirem na nova cultura, como João Cordeiro, que também levou para Turmalina a experiência obtida nos plantios de uva em São Paulo e no Sul de Minas.
“A diversificação na agricultura local tem melhorado a qualidade de vida dos produtores, que podem obter renda maior, e também aumenta a oferta de alimentos mais saudáveis para os consumidores”, comemora o extensionista agropecuário Ronisley Damasceno.
O técnico da Emater-MG afirma que, apesar do clima tropical da região, o cultivo de uvas – frutas tradicionais de climas mais frios – é beneficiado por algumas características do município, localizado a cerca de 670 metros de altitude, em relação ao nível do mar: “Temos solos profundos, favoráveis à fixação das raízes das videiras, e também um inverno rigoroso, em contraste com o clima tropical no resto do ano”, cita Ronisley.
O coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, confirma que a alternância de estações quentes e frias bem definidas é um fator positivo para a produtividade da videira na região, pois o calor logo após o período frio estimula a quebra da dormência, fenômeno que contribui para aumentar a brotação de frutos. “A incidência de sol por longos períodos do ano e a pouca umidade da região exigem mais investimento na irrigação. Por outro lado, o calor estimula a brotação e é possível obter até duas safras por ano. Outro fator positivo do sol é que ajuda a concentrar os açúcares dos frutos e torna o produto mais atraente para o consumidor”, explica Sanábio.
De acordo com o coordenador da Emater-MG, a produção de uvas é uma atividade promissora para a região do Jequitinhonha, mas exige técnica apurada e investimento. “É altamente tecnificada – tem que saber quais ramos podar e fazer corretamente o raleio de frutos, para estimular a produtividade. E a adubação também precisa de cuidados intensivos. Só assim se pode conseguir um bom padrão dos frutos, para poder competir com a região Sul, que já tem tradição consolidada no mercado”, alerta.
Desafios da fruticultura
Além da uva, as características de clima e solo de Turmalina favorecem também a produção de outras frutas. A banana é a mais popular: ocupa 26 hectares e os 110 agricultores que se dedicam à atividade conseguem rendimento de 288 toneladas por ano. A laranja ocupa 10 hectares e gera produção anual de 120 toneladas. Área semelhante é ocupada com plantio de abacaxi, que produz 50 mil frutos por ano. O maracujá é plantado em 2,5 hectares, com rendimento de 20 toneladas anuais.
O escritório da Emater-MG no município atende 650 agricultores familiares por ano, nas áreas de fruticultura e nas atividades rurais mais tradicionais da região do Jequitinhonha, como bovinocultura de corte e de leite e lavouras de subsistência, além da silvicultura (produção de madeira e carvão).
O coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, fará palestra sobre Potencialidades, Desafios e Estratégias da Fruticultura, durante o 2º Seminário de Fruticultura de Capelinha e Região, no dia 18 de junho. O evento será realizado das 8h às 16h, no Galpão Cultural do Parque de Exposições de Capelinha, e integra o Circuito FrutificaMinas, iniciativa da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Fonte: Agência Minas