domingo, 9 de dezembro de 2012

MG produz 14% da lichia do País.

Tradicional produtor agrícola, principalmente do café, Minas Gerais vem se destacando também em outra atividade pouco convencional. A produção de lichia. O estado representa 14% da fruta produzida no País ficando atrás apenas do estado de São Paulo. A informação é do programa Globo Rural, da TV Globo, desta sexta-feira, 7 de dezembro.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Feira Nacional da Agricultura Familiar quer estimular negócios

A 8ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo começa nesta quarta-feira (21), na Marina da Glória, com a expectativa de atrair 150 mil visitantes, superando o recorde de 120 mil pessoas registrado em 2009, em outra edição também realizada no Rio. A ênfase, este ano, será a realização de negócios, segundo informou à Agência Brasil o coordenador-geral do evento, Arnoldo de Campos, diretor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Será a terceira edição da Brasil Rural Contemporâneo a ocorrer no Rio de Janeiro. As outras cinco foram feitas em Brasília. O evento termina no dia 25. “Serão 654 expositores de todos os estados do Brasil, que vão trazer vários tipos de produtos, como alimentos, bebidas, artesanato e cosméticos”, explicou. Quarenta por cento dos expositores são produtores orgânicos ou agroecológicos com certificação. Em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ministério está criando pela primeira vez um espaço específico na Brasil Rural Contemporâneo para receber o setor privado, chamado Talentos do Brasil Rural. “Nesse espaço, a gente vai receber empresas, entidades empresariais. Estamos mobilizando o setor supermercadista e o setor hoteleiro para fechar negócios”. O MDA pretende atrair os segmentos de bares e restaurantes e empreendimentos da alta gastronomia para que conheçam os produtos diversificados das várias regiões brasileiras que serão apresentados. “Hoje está muito forte esse movimento em torno da culinária brasileira, com ingredientes sustentáveis, regionais, típicos. Isso tudo vai estar presente lá”, lembrou Campos. Segundo enfatizou o coordenador, a feira visava, especialmente, apresentar a agricultura familiar para o público. “Agora, a gente está trabalhando para que ela também seja uma feira de negócios, aproximando oferta e demanda, encurtando as cadeias produtivas. A gente está sentindo diversos setores demandando esse tipo de produtos, mas não têm o conhecimento de onde está essa oferta”, explicou. A Brasil Rural Contemporâneo pretende superar o volume de negócios de R$ 9 milhões da sua última edição no Rio, em 2009, alcançando agora R$ 15 milhões. A ideia é tornar a feira cada vez mais itinerante. Arnoldo de Campos adiantou, inclusive, que, no ano que vem, há grande chance de ela ser organizada em São Paulo, aproveitando o fato de a capital paulista ser o maior mercado consumidor do país. Outra possibilidade em análise é promover o evento em cada cidade que sediará os jogos da Copa do Mundo de Futebol. “Em 2014, a gente está pensando em uma estratégia de fazer feiras menores, mas simultaneamente em mais cidades”. O assunto já começou a ser debatido com a Federação Internacional de Futebol (Fifa). “Nós vamos lançar na feira uma campanha de consumo sustentável, valorizando produtos orgânicos brasileiros, da agricultura familiar, do comércio justo”. Para Campos, esse será um atrativo a mais para o público que visitará as cidades durante os jogos.(Alana Gandra/Agência Brasil)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Financiamentos para Programa ABC somam R$ 600 mi

As contratações do crédito rural para o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) totalizam R$ 600,6 milhões entre julho e setembro deste ano. Os números mostram que os financiamentos representam 17,7% dos R$ 3,4 bilhões autorizados ao programa para a safra 2012/13. No total, a agricultura empresarial somou R$ 26,5 bilhões nos meses de julho a setembro deste ano e superou em 14,7% o volume contratado em igual período no ano passado, que foi de R$ 23,1 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nesta terça-feira, dia 06 novembro. O desembolso representa 23% do montante de R$ 115,2 bilhões programados para o ano-safra 2012/2013. A região Sudeste é a que mais buscou crédito do Programa ABC para financiar as lavouras. Com juros mais baratos, os agricultores tomaram R$ 8,4 milhões. O destaque do Sudeste é o estado de Minas Gerais que no período contratou R$ 10,2 milhões. Na sequência das regiões, o Centro-Oeste e o Sul ocupam, respectivamente, a segunda e terceira colocação no ranking brasileiro de tomadores deste empréstimo. Nessas regiões, os estados que mais se destacaram na busca pelo financiamento foram o Mato Grosso do Sul, com R$ 3,7 milhões, e o Rio Grande do Sul, com R$ 2,4 milhões. O fortalecimento do ABC para melhor atender o seu objetivo, entre os quais a recuperação de pastagens degradadas, veio por meio de mais recursos e da redução da taxa de juros que passou de 5,5% para 5% ao ano. Atento a essas condições facilitadas, o produtor Luiz Carlos Teixeira, 52 anos, desenvolveu o projeto com o apoio da Emater mineira para plantar eucaliptos e fazer a recuperação de pastagens em 43 hectares de uma propriedade localizada no município de Curvilo, no centro-norte de Minas Gerais. Teixeira conta que a área onde ocorrerá o plantio é um terreno degradado, onde foi feito o desmatamento para brotar pastagem para o gado. “Com o plantio de eucalipto e de pastagem vamos recuperar a área e isso graças aos recursos que virão da linha de financiamento do Programa ABC”, disse. Além de enxergar o fator econômico no plantio de florestas, como forma de diversificar sua produção baseada na plantação de cana-de-açúcar, na produção de leite e gado de corte,Teixeira defende a prática como forma de diminuir a pressão pelo desmatamento da região. Os R$ 192 mil, com três anos de carência, serão aplicados na produção sustentável, assim, segundo ele, se protege aquelas áreas que ainda não foram cortadas. A expectativa é de que outros produtores sigam o exemplo de Teixeira e busquem recursos para a implementação de práticas sustentáveis de produção ao longo deste ano. Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, as medidas aprovadas pelo Governo Federal, sobretudo a ampliação de recursos e a redução dos juros das linhas de crédito disponíveis para financiar a agricultura, são determinantes para a ampliação da demanda por crédito e, neste caso específico, pelos financiamentos oriundo do Programa ABC. “Para o ano safra 2012/13, o ministro Mendes Ribeiro Filho determinou a alocação de mais recursos para o Programa e melhores condições para os financiamentos, reforçando o compromisso de fortalecer a agricultura sustentável no País. O resultado é a boa procura pelas operações já nos primeiros três meses deste ano pós lançamento do Plano Agrícola e Pecuário”, avaliou Rocha. Ao todo, estão disponibilizados R$ 3,4 bilhões para o setor. Fonte: Site do Ministério da Agricultura

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Como é possível vencer a falta de chuvas

Anteontem, escrevi neste blog sobre a seca no Norte de Minas Gerais. No dia seguinte, veja que bela matéria que que bom exemplo divulgados pelo jornal Valor Econômico. Tecnologia permite laticínios no deserto
Aqui no deserto ao norte da capital saudita, um calor de 47 graus emana do sol com uma força quase mecânica, como um secador de cabelo. Na estrada de Riade, apenas os camelos permanecem impávidos ao sol do meio-dia. Seus pastores não estão à vista, refugiados em tendas próximas. É sem dúvida um lugar difícil para uma fazenda leiteira. Mas, logo adiante na estrada dos camelos, esse trecho plano de deserto e tamareiras abriga as fazendas de gado e as usinas de processamento da maior produtora de laticínios do Oriente Médio por valor. Na sombra dos galpões abertos de teto metálico, 67.000 vacas malhadas de preto e branco da raça Holstein-Friesian, pertencentes à empresa saudita Almarai Co., andam ao acaso, focinhando o solo em busca de restos de ração, ou ficam deitadas, fitando a areia. Conseguir que uma fazenda leiteira tenha sucesso em um dos lugares mais quentes do planeta - onde, a temperaturas naturais, a produção de leite iria despencar, os produtos estragariam e bactérias perigosas poderiam proliferar - exige levar à tecnologia ao limite, dizem os gerentes da Almarai e os especialistas americanos do ramo. As Holstein-Friesian são, por natureza, vacas leiteiras de alto rendimento. Mas fazer com que continuem produzindo quando a temperatura chega a 48 graus no verão implica mantê-las frescas, confortáveis e limpas. Só automatizando cada momento da produção é que a Almarai consegue operar uma das maiores fazendas leiteiras do mundo - com um total de 135.000 cabeças de gado, incluindo as bezerras ainda não ordenhadas - em um deserto cheio de palmeiras, mas sem nenhum pasto. "Vacas felizes, leite feliz, Almarai feliz. Todo mundo feliz", cantarolou Cicero Chan, subgerente de uma das seis fazendas leiteiras em torno da planta de processamento da Almarai, enquanto percorria os currais e salas de ordenha numa manhã recente. Nos currais, sprays de água, ventiladores e a sombra dos galpões refrescam as vacas, baixando a temperatura para a faixa almejada de 21 a 24 graus. E, quatro vezes por dia, antes de cada ordenha, os empregados fazem as vacas passarem por estruturas metálicas com jatos d'água, para limpá-las do esterco e de qualquer outra coisa que possa contaminar o leite. Mas, entre todas essas tecnologias para as fazendas leiteiras no deserto, o fundamental são os sprays. Usar mangueiras para molhar as vacas criaria um ambiente úmido e favorável às doenças, diz Leslie Butler, especialista em marketing de laticínios da Universidade da Califórnia em Davis. Para controlar tanto o calor como a umidade, as fazendas de laticínios de primeira linha e alta tecnologia do deserto implantam sistemas como os sprays de refrigeração da Korral Kool Inc., firma de Mesa, no Estado americano do Arizona. Cientistas do Arizona a Taiwan trabalharam durante décadas para desenvolver esses sprays. Montados agora no alto dos galpões, os sprays lançam ciclones giratórios de gotículas de água e ar, umedecendo continuamente o couro das vacas para que elas se resfriem e sequem sem formar poças d'água. Computadores ligados aos sprays monitoram as temperaturas e a umidade nos galpões, maximizando o resfriamento convectivo. As vacas leiteiras da Almarai devem cumprir uma quota de pelo menos 40 litros por dia, uma produção normal para as Holsteins, que normalmente produzem o dobro de leite do gado Jersey, preferido pelas fazendas leiteiras da Europa. Em uma das salas de ordenha da Almarai, o gado leiteiro e os empregados trabalham tranquilamente numa rotina em que 50 vacas entram em fila, são ordenhadas e saem dentro de 15 minutos. As vacas se acomodam espontaneamente nas máquinas de ordenhar, fazendo fila lado a lado. Os funcionários então ligam os medidores digitais para registrar a produção de cada vaca, e braços robóticos levantam as ordenhadeiras mecânicas, que são então conectadas pelos empregados. O leite vai depois para câmaras de refrigeração, que o esfriam até cerca de 4 graus dentro de cinco minutos. Passeando pela sala de ordenha, Chan observa uma vaca, identificada pela sua etiqueta de orelha com a número 609, cujo rendimento baixou para menos de um litro por ordenha. Tapando de leve a boca, ele sussurra em tom teatral: "Ham-búr-guer!" - indicando qual o destino das vacas que não atingem a quota. Um pouco mais tarde, ele vê novamente a número 609. Os empregados já a separaram das outras e ela está sozinha debaixo do beiral de um telhado, sacudindo a cabeça. Depois que as vacas são ordenhadas, milhares de vans e dezenas de caminhões-tanque refrigerados entregam leite fresco e em caixa, junto com iogurtes e cremes apreciados no mundo árabe e no Golfo, como "zabadi" e "lebna", e ainda outros produtos lácteos, para 55.000 estabelecimentos em seis países do Golfo Pérsico. A Almarai afirma ser a maior produtora de laticínios integrada verticalmente do mundo. Isso significa que ela supervisiona cada etapa do negócio, até o contato com algum dono de loja que pode querer desligar as geladeiras à noite para economizar dinheiro, diz Alan Bennett, gerente de fábrica da Almarai. No ano passado, a empresa gerou US$ 304 milhões em lucro líquido e US$ 2,1 bilhões em vendas. Os críticos alertam que o alto rendimento da Almarai e de outros empreendimentos agrícolas sauditas tem um custo escondido. Os subsídios governamentais de energia, possibilitados pela riqueza gerada na Arábia Saudita com o petróleo, fornecem energia barata para a indústria e a agricultura do reino, mas contribuem para um elevado consumo de energia doméstica. A agricultura da Arábia Saudita também depende dos lençóis freáticos naturais do país, que estão se esgotando rapidamente. Reconhecendo a exploração intensa dos seus recursos naturais, o governo saudita tomou iniciativas para frear certas atividades agrícolas. Por outro lado, observa Bennett, a Almarai recicla a água das lavagens do gado e de outras instalações da fazenda. Ao mesmo tempo, a ênfase da Almarai nas "vacas felizes" aparentemente não é um slogan vazio escrito na sede da firma, mas parte de um preceito cada vez mais valorizado nas fábricas de laticínios de todo o mundo, diz Butler, o especialista em marketing de produtos lácteos. Ele acrescenta que os produtores de leite da Califórnia também já reconheceram que "o conforto das vacas é o que faz a produção"
. Matéria de: Ellen Knickmeyer | The Wall Street Journal, de Al Kharj, Arábia Saudita e reproduzida pelo Jornal Valor Econômico em 23 de outubro de 2012.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A seca no Norte de Minas

Entra ano e sai ano e o problema é o mesmo. A população do Norte de Minas sofrendo com os graves problemas da seca. A situação é grave, mas não deixa de ser um jogo de empurra entre níveis de governo. Os prefeitos jogam para o governo do estado, que põe a culpa no governo federal. Enquanto isso, deputados federais e estaduais vão se elegendo às custas de promessas para resolver uma situação que existe desde sempre e nunca foi resolvida.
 Há poucos dias ouvi uma frase interessante e que serve para ilustrar o problema da seca que assola o norte-mineiro. Um especialista dizia que esquimós nunca pensaram em acabar com o gelo. Pelo contrário, desenvolveram meios para viver nele. Para o norte-mineiro, a lógica deve ser essa. Já que não pode acabar com a seca, deve-se buscar meios de sobreviver a ela e amenizar seus efeitos. Para isso, é necessário o trabalho coletivo de entidades públicas, civis e a população em geral.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Governo incentiva melhoria da qualidade genética bovina para pequenos produtores

Muito louvável a iniciativa do governo mineiro para viabilizar a compra de reprodutores de alta qualidade para criadores de gado do estado. O incentivo é para que os negócios sejam feitos com pequenos produtores a preços mais em conta e com pagamento parcelado. Com isso, melhora-se a qualidade do rebanho bovino e aumenta a rentabilidade das pequenas propriedades. Ou seja, o benefício da alta qualidade genética, que antes era restrito a grandes criadores, chega também ao pequeno. Os investimentos em touros como guzerá (foto) são de cerca de 5 mil reais, com pagamentos de até 20 meses. Imagem de internet.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cachaça também sofre com a seca em Minas

Neste ano, até a dose de pinga oferecida para o santo vai ficar comprometida. São Pedro não está ajudando e a seca que castiga o Norte de Minas, considerada uma das piores da história, prejudica a produção de um dos mais conhecidos produtos mineiros: a cachaça artesanal. As perdas no setor podem chegar a 40% na região, segundo cálculos de Nivaldo Gonçalves das Neves, presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs). Com a escassez de chuvas, o crescimento da cana ficou comprometido. Também falta água para movimentar os alambiques. Diante dessas dificuldades, alguns produtores não estão produzindo a bebida neste ano. De acordo com o presidente da Apacs, a produção anual de cachaça de Salinas é de 5 milhões de litros. Porém, com os efeitos da estiagem prolongada, o volume produzido na região deverá cair para 3 milhões de litros, ou, no máximo, chegar a 3,5 milhões de litros em 2012. A produção da aguardente propriamente dita – alambicagem ou moagem na linguagem dos pequenos produtores – começou em junho e vai até outubro. O baque provocado pela estiagem prolongada chega numa época em que os produtores de cachaça ainda comemoram uma importante conquista: o reconhecimento da qualidade do produto com o selo de indicação geográfica, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em meados de julho. A Apacs tem 26 associados, que juntos somam 52 marcas de cachaça, entre elas, algumas das mais conhecidas no país, como Havana, Canarinha, Beija Flor, Lua Cheia, Boazinha, Saliboa, Sabor de Minas e Seleta. Conforme Nivaldo Gonçalves, os canaviais ocupam cerca de 600 hectares na região de Salinas. A estimativa é de que, em condições normais de chuva, a produção seja de 9 mil litros de aguardente por hectare. O presidente da Apacs ressalta que a seca acarreta maiores prejuízos para os pequenos produtores de cachaça artesanal de Salinas, uma vez que o plantio de cana na região não é irrigado. “Além disso, a cana depende muito da regularidade das chuvas, pois o sistema radicular da planta é curto. Atinge, em média, um metro de profundidade. Por isso, a cana sofre muito com a seca prolongada, que retira a umidade da superfície do solo”, explica. Nivaldo lembra que os fabricantes da cachaça artesanal de Salinas também são produtores rurais comuns e desenvolvem outras atividades em suas propriedades como a criação de gado e o plantio de pequenas lavouras. Por isso, acabam sofrendo outros impactos negativos decorrentes da estiagem prolongada. O açude esturricado reflete diretamente nos negócios de Eilton Santiago: %u201CEm 21 anos, é a primeira vez que esse tanque seca%u201D Outro problema: vários produtores de cachaça adquirem a cana das mãos de pequenos agricultores de Salinas e municípios vizinhos como Taiobeiras, Rio Pardo, Fruta de Leite e Indaiabira. Por causa da escassez de chuvas, as pastagens foram dizimadas e os sitiantes e fazendeiros foram obrigados a destinar a cana para alimentar o gado, deixando de fornecer para os alambiques. Normalmente, toda vez que há a queda na produção de determinado produto devido a efeitos da natureza, ocorre um aumento de preços, em função da lei da oferta e da procura. No entanto, no caso da aguardente de Salinas, pelo menos por enquanto, não deverá ter alteração nos valores de venda. O presidente da Apacs esclarece que a aguardente artesanal não chega ao mercado no mesmo período em que é produzida. Logo depois de terminar a destilação, os produtores iniciam o processo de envelhecimento em dornas de madeira, que demora cerca de três anos. Ainda por conta do processo de envelhecimento, os pequenos produtores de Salinas têm dornas de cachaça estocadas. “Assim, acredito que só deverá ocorrer alguma mudança no preço do produto devido à queda na produção em decorrência da seca, na entressafra, que vai de novembro a maio”, afirma Nivaldo Gonçalves. Sol não poupa ninguém A seca afeta duramente a vida dos produtores de cachaça de Salinas, como Eilton Santiago, dono da Canarinha, eleita recentemente em concurso como a segunda melhor aguardente do Brasil – o primeiro lugar ficou com a Havana. “A minha produção neste ano caiu 40%”, diz Eilton, que é sobrinho do falecido Anísio Santiago, fundador da Havana. Ele deverá produzir, no máximo, 20 mil litros da bebida. Eilton fez um canavial de nove hectares em uma fazenda, perto do distrito de Nova Matrona. Ali são visíveis os efeitos destruidores do sol forte: boa parte da cana não cresceu, ficando fina e com os gomos pequenos. Com isso, a produção do caldo de cana (matéria-prima básica da aguardente) é muito reduzida. Ainda na mesma propriedade, Eilton caminha numa área com o chão esturricado, onde antes existia um reservatório de água. “Em 21 anos, é a primeira que esse tanque seca”, relata o pequeno produtor, que, por conta da falta de água, foi obrigado a deslocar 70 cabeças de gado para uma fazenda vizinha. O dono da Canarinha tem pelo menos um consolo: não houve perda de qualidade da aguardente, tendo em vista que o brix (teor de açúcar) do caldo de cana não sofreu nenhuma alteração. Para o produtor Ailton Fernandes Alves, dono da Meia Lua, também de Salinas, os prejuízos acarretados pela seca foram piores ainda. “Não tive nem como produzir nada neste ano, pois a cana não cresceu e falta água”, reclama Ailton, revelando que deixou de alambicar 30 mil litros de aguardente. O fabricante da Meia Lua tem dois hectares de cana plantados e grande parte da matéria-prima usada em seu alambique é adquirida de outros pequenos produtores. Mesmo comprando a cana de terceiros, não teve como movimentar o alambique por causa da falta de água. Ailton, que também responde pelo rótulo Beleza de Minas, conta que o Rio Jucurutu, que passa no fundo de sua propriedade, está esturricado. “Nos anos anteriores, o rio também estava ‘cortado’, mas existiam uns poços no seu leito, de onde a gente tirava a água. Agora, a estiagem foi tão brava que os poços também secaram.” Ele diz ainda que não tem como recorrer a um poço tubular porque a água do lençol freático da região é salobra e não serve para a produção de cachaça. Sem o recurso hídrico, a produção de aguardente torna-se inviável. Ailton explica que para produzir 300 litros da bebida, são necessários 10 mil litros de água, levando em conta o tipo de alambique de sua propriedade, o trompa de elefante, mais popular na região de Salinas. As dificuldades impostas pela seca vividas por Ailton são igualmente enfrentadas pelo pai dele, João Fernandes Sobrinho, de 83 anos, produtor da Lua Cheia. Seu João vai deixar de produzir 20 mil litros de aguardente este ano, pois também depende da água do Jucuturu, que atravessa sua propriedade. “Por causa do sol forte, a cana murchou toda”, lamenta. Fonte: Luiz Ribeiro/Portal Uai/Estado de Minas)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Abertura Nacional da Safra de Canola já tem data definida

Em reunião realizada no dia 23 de julho, em Colorado (RS), a comissão organizadora da Abertura Nacional da Safra de Canola definiu a data do evento que acontece pela quarta vez consecutiva, no dia 18 de setembro de 2012, e em paralelo ainda acontecerá a quarta edição do dia de campo da cultura. A atividade tem por objetivo divulgar e difundir as novas tecnologias a respeito do cultivo da cultura. Para o coordenador do Departamento de Fomento da BSBIOS e vice-presidente administrativo da Associação Brasileira dos Produtores de Canola - ABRASCANOLA, Eng. Agrônomo Fábio Júnior Benin a cultura está consolidada na região sul do país. “A canola é uma importante cultura de inverno, permite ao produtor diversificar as opções de cultivo em sua propriedade e ter uma rentabilidade garantida, visto a liquidez que a cultura apresenta,” salientou Benin. Através de estações de visitação, será feita uma abordagem tecnológica da cultura, tratando desde semeadura, adubação, manejos, novas tecnologias de colheita, gestão da propriedade e comercialização, bem como características de fisiologia, desenvolvimento e assistência técnica. Também haverá dinâmica de corte, enleiramento e de recolhimento. Neste ano o evento acontecerá durante a Semana Farroupilha, por isso, também estão sendo preparadas atividades culturais como a apresentação do cantor nativista Luiz Carlos Borges e da invernada artística do CTG Severo Sampaio de Quadros. A atividade acontecerá às margens da BR 285, no Km 360, no município de Colorado (RS). Os eventos são uma promoção da ABRASCANOLA, BSBIOS, Cotrijal, Embrapa-Trigo, Emater/RS, PRODUFORT, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colorado e Sindicato Rural de Colorado, com o apoio da Prefeitura Municipal de Colorado, Câmara de Vereadores de Colorado, Universidade de Passo Fundo (UPF), Banrisul, Banco do Brasil, Sicredi e Associação Comercial e Industrial de Colorado (ACICOL). E conta com o patrocínio da BSBIOS, Lavoro Concessionário John Deere e Forpasso Fonte: Agrolink Foto: Google

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ibama estuda agrotóxicos e sua relação com o desaparecimento de abelhas

Mesmo na ausência de levantamentos oficiais, alguns registros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a restringir o uso de importantes inseticidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo. Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas. Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. “Algumas culturas, como a do café, poderiam ter perdas de até 60% na ausência de agentes polinizadores”, explicou o engenheiro. A primeira substância a passar pelo processo de reavaliação será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramento. A medida afeta, neste primeiro momento, quase 60 empresas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divulgados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2 mil toneladas do ingrediente foram comercializadas no país. A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas, nos casos de mortandade identificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea. O engenheiro explicou que a reavaliação deve durar, pelo menos, 120 dias, e vai apontar o nível de nocividade e onde está o problema. “É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que precisa banir o produto totalmente, para algumas culturas ou apenas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a dose usada”, acrescentou. Mesmo com as restrições de uso, já em vigor, tais como a proibição da aplicação aérea e o uso das substâncias durante a florada, os produtos continuam no mercado. Juntos, os agrotóxicos sob a mira do Ibama respondem por cerca de 10% do mercado de inseticidas no país. Mas existem culturas e pragas que dependem exclusivamente dessas fórmulas, como o caso do trigo, que não tem substituto para a aplicação aérea. Hoje (25), o órgão ambiental já sentiu as primeiras pressões por parte de fabricantes e produtores que alertaram os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contratos já firmados com empresas que fazem a aplicação aérea. Freitas disse que as reações da indústria são naturais e, em tom tranquilizador, explicou que o trabalho de reavaliação é feito em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com o Ministério da Agricultura – órgãos que também são responsáveis pela autorização e registro de agrotóxicos no país. “Por isso vamos levar em consideração todas as variáveis que dizem respeito à saúde pública e ao impacto econômico sobre o agronegócio, sobre substitutos e ver se há resistência de pragas a esses substitutos e seus custos”, explicou o engenheiro. No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser identificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu totalmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas. Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Alemanha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agrotóxicos compostos por uma das quatro substâncias. (Carolina Gonçalves /Repórter da Agência Brasil)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Texto que altera MP do Código Florestal desagrada no Congresso

O relator, senador Luiz Henrique, alterou pontos importantes da medida provisória. Ele propõe que nas médias propriedades, com rios de até 10 metros de largura, a recomposição da mata seja de 20 metros em cada margem, como o governo já exigia, mas fez a ressalva de que este replantio não ultrapasse 25% de toda a propriedade. Se isso acontecer, o produtor poderá replantar uma área menor. Outra mudança é que na Amazônia, a soma da reserva legal e das áreas de preservação permanente, ou seja, a área que não pode ser cultivada, será de, no máximo, 80% da propriedade. Nas demais regiões do país, a área de proteção será de 50%. O relatório provocou críticas de ruralistas e ambientalistas, mas apesar da falta de acordo, a comissão vai tentar votar o texto ainda nesta quinta (12) Fonte: G1/Globo Rural

terça-feira, 10 de julho de 2012

Estímulo ao produtor ampliará produção e competitividade no campo

As facilidades anunciadas pelo Governo Federal, aliadas às mudanças feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que ampliam os recursos e reduzem os juros disponíveis para o financiamento da agropecuária brasileira, divulgadas no dia 28 de junho, garantirão a competitividade do homem do campo brasileiro diante dos principais mercados produtores de alimentos do mundo. A avaliação é do coordenador da Assessoria de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques. Ele leva em conta, principalmente, a redução da taxa de juros na tomada dos empréstimos de 6,75% para 5,5%, além do aumento do volume de recursos disponibilizados aos produtores rurais. Com mais dinheiro no campo, ao todo são R$ 115,2 bilhões disponibilizados pelo Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, o Governo projeta aumentar a capacidade produtiva e conquistar novos mercados para a agricultura e pecuária brasileira, disse o secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha. Além do maior volume de recursos disponíveis, as novas linhas de crédito foram estabelecidas, sob as melhores condições de juros. Os financiamentos ficaram mais baratos e isso possibilitará, por exemplo, que o agricultor adquira adubos e sementes, máquinas e implementos agrícolas, mais baratos, uma vez que os juros caíram e estão em 5,5% ao ano, na maioria das linhas ofertadas pelas instituições financeiras. Segundo a própria presidenta Dilma Rousseff, isso é praticamente comprar com juro zero. Gasques também chama atenção para o incentivo que o Plano Agrícola e Pecuário disponibiliza para as políticas de médio e longo prazo, como os programas ABC (Agricultura de Baixo Carbono) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). No caso do ABC, os produtores que investirem na integração lavoura/pecuária, ou no plantio direto sobre a palha, ou mesmo na recuperação de áreas degradadas, estão entre os maiores beneficiados, pois os empréstimos ficaram mais baratos, os juros baixaram para 5%. Com isso, o Governo estimula a agricultura sustentável e a produção. “A redução nas taxas de juros é a medida de maior impacto pois indica um claro apoio do Governo Federal ao produtor rural, o que por sua vez melhora suas expectativas quanto ao futuro. Do ponto de vista prático a redução significa também uma melhora nas condições de custo da lavoura, já que o impacto financeiro desta redução é sentido de forma significativa pelo produtor rural”, destacou o assessor econômico da Secretaria de Política Agrícola, Sávio Pereira. O estímulo ao agronegócio é estratégico para o Governo pela importância que o setor tem sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para evitar uma retração ainda maior do PIB, o Governo busca reanimar a economia por meio do setor que, no ano passado, foi responsável por 38% de tudo o que o Brasil exportou (MAPA).

terça-feira, 29 de maio de 2012

O que a presidente vetou no Código Florestal?

Os vetos de 12 artigos do texto do novo Código Florestal, pela presidenta Dilma Rousseff, resgatam o teor do acordo firmado entre os líderes partidários e o governo durante a tramitação da proposta no Senado. A finalidade do governo foi a de não permitir anistia a quem desmatou e a de proibir a produção agropecuária em áreas de proteção permanente, as APPs. O Artigo 1º, que foi modificado pelos deputados após aprovação da proposta no Senado, foi vetado. Na medida provisória (MP) publicada na segunda-feira (28) no Diário Oficial da União (http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=28/05/2012), o Palácio do Planalto devolve ao texto do Código Florestal os princípios que haviam sido incorporados no Senado e suprimidos, posteriormente, na segunda votação na Câmara. A MP foi o instrumento usado pelo governo para evitar lacunas no texto final. Também foi vetado o Inciso 11 do Artigo 3º da lei, que trata das atividades eventuais ou de baixo impacto. O veto retirou do texto o chamado pousio: prática de interrupção temporária de atividade agrícolas, pecuárias ou silviculturais, para permitir a recuperação do solo. Recebeu veto ainda o Parágrafo 3º do Artigo 4º que não considerava área de proteção permanente (APP) a várzea (terreno às margens de rios, inundadas em época de cheia) fora dos limites estabelecidos, exceto quanto houvesse ato do Poder Público. O dispositivo vetado ainda estendia essa regra aos salgados e apicuns – áreas destinadas à criação de mariscos e camarões. Foram vetados também os parágrafos 7º e 8º. O primeiro estabelecia que, nas áreas urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d'água natural que delimitem as áreas das faixas de passagem de inundação (áreas que alagam na ápoca de cheia) teriam sua largura determinada pelos respectivos planos diretores e pela Lei de Uso do Solo, ouvidos os conselhos estaduais e municipais do Meio Ambiente. Já o Parágrafo 8º previa que, no caso de áreas urbanas e regiões metropolitanas, seria observado o dispositivo nos respectivos planos diretores e leis municipais de uso do solo. O Parágrafo 3º do Artigo 5º também foi vetado. O dispositivo previa que o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial poderia indicar áreas para implantação de parques aquícolas e polos turísticos e de lazer em torno do reservatório, de acordo com o que fosse definido nos termos do licenciamento ambiental, respeitadas as exigências previstas na lei. Já no Artigo 26, que trata da supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo tanto de domínio público quanto privado, foram vetados o 1º e 2º parágrafos. Os dispositivos detalhavam os órgãos competentes para autorizar a supressão e incluía, entre eles, os municipais do Meio Ambiente. A presidenta Dilma Rousseff também vetou integralmente o Artigo 43. Pelo dispositivo, as empresas concessionárias de serviços de abastecimento de água e geração de energia elétrica, públicas ou privadas, deveriam investir na recuperação e na manutenção de vegetação nativa em áreas de proteção permanente existente na bacia hidrográfica em que ocorrer a exploração. Um dos pontos que mais provocaram polêmica durante a tramitação do código no Congresso, o Artigo 61, foi vetado. O trecho autorizava, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Também foram vetados integramente os artigos 76 e 77. O primeiro estabelecia prazo de três anos para que o Poder Executivo enviasse ao Congresso projeto de lei com a finalidade de estabelecer as especificidades da conservação, da proteção, da regeneração e da utilização dos biomas da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa. Já o Artigo 77 previa que na instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente seria exigida do empreendedor, público ou privado, a proposta de diretrizes de ocupação do imóvel. Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Produtoras de hortaliças buscam melhoria da produção e aumento das vendas

Pequenas produtoras rurais de Paracatu, comunidade rural de Brasília de Minas, dão exemplo de perseverança, e há cerca de 12 anos trabalham com o plantio e venda de hortaliças. No início era apenas para o consumo das famílias, depois viram a oportunidade de ganhar algum dinheiro através da comercialização dos produtos. Com muita dificuldade levavam as hortaliças para os mercados municipais das cidades de Brasília de Minas e Mirabela, onde tudo era vendido. Mas há alguns anos, perceberam que seus produtos estavam perdendo mercado, por causa da pouca qualidade. Foi quando, segundo Elenice Rodrigues da Silva, começaram a buscar junto ao Sindicato dos Produtores Rurais de Brasília de Minas, a realização de cursos do Senar Minas que pudessem capacitá-las para plantio e comercialização da produção. O primeiro curso levado às mulheres da Comunidade de Paracatu foi o de Administração de Propriedade em Regime de Economia Familiar, e neste mês de junho receberam o curso de Olericultura Básica/Cultivo Convencional de Hortaliças, aplicado pelo engenheiro agrônomo, instrutor do Senar, Martins Edson Barbosa Brandão, que tem como objetivo geral, cultivar hortaliças com qualidade no sistema convencional de produção. RESULTADOS Conforme Elenice Rodrigues, trabalha com hortas há 16 anos produzindo couve, coentro, cebolinha, alho, cenoura, beterraba, mostarda, dentre outras folhosas e verduras, todos os anos amarga alguns prejuízos por causa de pragas. O seu maior sonho era saber produzir defensivos naturais e o composto orgânico, além da adoção de técnicas apropriadas de produção para melhorar a qualidade dos seus produtos. - Estou muito satisfeita com o curso, pois a partir de agora vou fazer eu mesma meu composto orgânico e os defensivos, economizar dinheiro e ter hortaliças bonitas e saudáveis. Para Francisca Pereira dos Santos, que trabalha produzindo tempero e sementes, o curso de Olericultura lhe abriu novos horizontes. Ela disse já ter tido muitos prejuízos no passado, quando produzia folhas, por causa de pragas e não sabia como combatê-las sem o uso de agrotóxicos, o que desvalorizava seus produtos. - Agora que aprendi a combater as pragas com produtos naturais, encontrados na própria comunidade, vou voltar a produzir almeirão, couve, coentro, cenoura e tomate e, consequentemente, aumentar a minha renda. Outra produtora que também melhorou de vida depois que começou a trabalhar com hortaliças foi Erotilde Cardoso Soares. A mais nova produtora do grupo, há 3 anos deixou de trabalhar em Montes Claros e voltou para a roça. Ela e o marido são donos de uma pequena propriedade, onde criam alguns animais, mas sua atividade principal é a produção de hortaliças. - Hoje vivo melhor, ao contrário de quando trabalhava em Montes Claros. Só com a venda de hortaliças tenho uma renda mensal garantida de mais de um salário mínimo. O gerente regional do Senar Minas em Montes Claros, José Belas Gonçalves, presente no curso, chamou a atenção das produtoras para a importância do trabalho em associativismo como forma de reduzir custos, aumentar a produção e a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e aumentar a renda. Fonte: Jornal O Norte, de Montes Claros-MG

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Estresse Hídrico Controlado são percebidos na colheita do café

O Brasil é o maior produtor e o segundo maior consumidor de café no mundo. Em 2011, a produção de café no Brasil atingiu 48 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado e, em 2012, a previsão de produção é de até 50,4 milhões de sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Cerca de 10% da área total de produção é cultivada com irrigação, contribuindo com 25% da produção total. Para racionalizar o uso de água na lavoura cafeeira, a Embrapa Cerrados, desenvolve projetos de pesquisa multidisciplinares, visando estabelecer um sistema de produção eficiente para tornar a cafeicultura irrigada uma atividade competitiva e sustentável. A grande vantagem desse novo enfoque com manejo adequado da irrigação, o uso do estresse hídrico controlado, possibilita a sincronização do desenvolvimento das gemas reprodutivas e equilíbrio nutricional. Além da redução do uso de água e energia na irrigação, o que proporciona ganhos superiores a 33% de produtividade e melhoria na qualidade dos grãos, e economia no processo de colheita contribuindo para a sustentabilidade do agronegócio café. A Embrapa Café, que coordena o programa do Consórcio Pesquisa Café, é uma unidade de pesquisa da Embrapa, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Linhas de pesquisa Os resultados de pesquisa realizados pela equipe da Embrapa Cerrados e validados em diferentes regiões produtoras com distintas características climáticas como a região de Cerrado dos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás e na região Sul de Minas Gerais se tornaram inovações com impactos positivos na cadeia produtiva do café. “Os resultados da aplicação da tecnologia do estresse hídrico controlado junto com o equilíbrio nutricional, notadamente o aumento da aplicação do fósforo, nas unidades de validação e transferência de tecnologia conduzidos em fazendas no Oeste da Bahia mostraram a possibilidade de obtenção de até 88% de uniformidade na floração e 82% de frutos cerejas na época de colheita confirmando os resultados experimentais. Em várias áreas de validação foi possível obter três colheitas consecutivas que, na média, atingiram resultados superiores a 60 sacas de café beneficiado por hectare”, afirma Guerra. O Estresse Hídrico Controlado consiste na interrupção das irrigações até 70 dias no período mais seco e frio do ano. Outras informações no site da Embrapa Cerrados http://www.cpac.embrapa.br/ Fonte: Embrapa Café

segunda-feira, 7 de maio de 2012

As chuvas de maio

As chuvas que caem em algumas regiões do Sudeste brasileiro são muito importantes por vários motivos. Mas, por um em especial, elas são imprescindíveis. Como se diz lá na roça, essas chuvas vêm salvar a sementeira do capim. São elas que fazem "granar" a semente, garantindo, assim, a perenidade da pastagem.

sábado, 5 de maio de 2012

Adeus, Tinoco!

Foi-se o último grande ícone da música caipira brasileira. Obrigado e adeus, Tinoco.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A hora do fazendeiro: um programa para o homem do campo

A "Hora do Fazendeiro" veiculado diariamente das 17h às 18h50, na rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, é um programa "com a cara" do homem do campo. Há 75 anos no ar, é o mais antigo e tradicional programa do rádio brasileiro, de acordo com a emissora, e traz informações gerais, o melhor da música caipira, dicas e informações importantes para os produtores rurais. O programa apresenta, ainda, cotações dos principais produtos comercializados na Ceasaminas. A rádio Inconfidência, que pertence ao Governo mineiro, pode ser sintonizada nos canais AM 880, FM 100,9 e Ondas Curtas 6010 e 15190 e na internet no www.inconfidencia.com.br

terça-feira, 20 de março de 2012

O debate sobre o Código Florestal

Está certo o deputado Paulo Piau, de Minas Gerais, quando fala da necessidade de o homem do campo usar as margens dos rios para o cultivo. À imprensa, ele disse que historicamente o homem procurou os rios como meio de sobrevivência. O que é verdade. A história nos conta que o desenvolvimento humano teve seu início nos vales dos rios Tigres e Eufrates, na antiga Mesopotâmia. De lá para cá, essa dependência do homem aos rios só aumentaram. Muita gente, se dizendo ambientalista, critica o modelo de exploração. Sou a favor da preservação das florestas, dos rios, enfim. Mas, muitas culturas só produzem em áreas que tem a exploração proibidas. No sul de Minas Gerais, por exemplo, o café se adapta melhor às montanhas. Essas áreas, do ponto de vista ambiental, não deveriam ser cultivadas. O debate é interessante e tanto ambientalista quanto ruralistas tem seus motivos. O que não se pode esquecer é que a demanda por alimentos é cada vez maior e é preciso produzi-los.

quarta-feira, 14 de março de 2012

ENFISA aprova Carta de Manaus e traz importantes propostas visando à saúde do homem e a preservação ambiental

Mais responsabilidade no uso dos agrotóxicos no Brasil com objetivo de preservar a saúde dos trabalhadores do setor e garantir a segurança dos alimentos que são levados diariamente à mesa do consumidor. É o que propõe o Encontro de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos (ENFISA), que chega à sua décima edição em 2012. A etapa Regional Norte foi realizada nos dias 6,7 e 8 de março, em Manaus (AM), com a participação de representantes dos órgãos de defesa agropecuária de todos os estados da Região Norte e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Participaram também, como ouvintes, representantes de cinco associações de indústrias de insumos agrícolas.

Sob coordenação de Luiz Antônio da Silva (CODESAV/SEPROR) e de Luís Eduardo Pacifici Rangel (MAPA), os participantes do ENFISA aprovaram a “Carta de Manaus”, cuja redação traz importantes proposições para o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável. As propostas visam à melhoria das práticas de combate às pragas da agricultura e à diminuição do risco para trabalhadores rurais incumbidos da aplicação de agrotóxicos. A qualidade dos alimentos, a saúde animal e a preservação do meio ambiente também estão contempladas no documento.

A Carta de Manaus propõe, ainda, planos de ações para agilizar o que foi discutido e proposto no evento. Faz parte dessas sugestões, a necessidade de intensificar a fiscalização de devolução de embalagens vazias nas propriedades rurais e a verificação também no comércio e no uso de agrotóxicos. Outra proposta importante, principalmente no que se refere ao trabalho junto à comunidade, foi a de propor políticas para que o uso de agrotóxicos em comunidades quilombolas, assentamentos e áreas indígenas seja realizado de maneira segura.


ENFISA - É o principal fórum de discussão técnica sobre regulamentação de agrotóxicos no Brasil. Foi iniciado em 2002 e sua importância está no fato de que as prioridades identificadas durante a reunião resultam na maior harmonização nos procedimentos estaduais de fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos, com total transparência para o setor privado e a comunidade em geral.
O ENFISA tem a organização da Agropec Consultoria em Defesa Agropecuária, empresa sediada em Belo Horizonte e com 34 anos de prestação de serviços para instituições públicas e privadas, tanto no Brasil quanto no exterior.


Agenda

A próxima etapa regional do ENFISA será em Brasília (DF) de 10 a 12 de abril na Embrapa Estudos e Capacitação. Participarão representantes de órgãos responsáveis por fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Mais informações sobre a Carta de Manaus: http://issuu.com/reginasugayama/docs/enfisanorte2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Convênio fomenta agricultura familiar

No ano do cooperativismo, a agricultura familiar ganha força na 13 edição da Expodireto. A feira, conhecida por trazer novidades aos agricultores empresariais, está investindo nos pequenos. Prova disso é o convênio que será assinado hoje entre a Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), a Emater e a Cotrijal, em Não-Me-Toque. Segundo o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, a ideia é que a Emater fortaleça a extensão rural aos seus associados, a cooperativa amplie o espaço para o setor na Expodireto e a SDR apoie financeiramente a iniciativa. "É uma política que vai ter reflexo na produção, na agregação de valor", salientou Mânica.

O pavilhão da agricultura familiar na feira, que teve abertura oficial ontem, conta com 146 estandes (81 de agroindústrias, 50 de artesanato e 15 de flores e plantas). A expectativa de faturamento da Emater, responsável pelo espaço, é de R$ 440 mil ante R$ 430 mil no ano passado. De acordo com o presidente da Emater, Lino de David, a grande novidade deste ano é uma efetiva participação do setor nos debates. "Setenta por cento do público que vem à Expodireto é formado por agricultores familiares." Para David, o maior problema no Estado é a impossibilidade de escoar a produção, o que deve ser resolvido com o Suasa.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Agrotóxico, pimentão e suco de laranja

A celeuma sobre a presença de resíduos de agrotóxicos no suco de laranja brasileiro, colocado em dúvida pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, é emblemática para a discussão sobre a contaminação de alimentos por esses produtos. A presença irregular de resíduos de agrotóxicos em produtos agrícolas destinados à exportação implica em prejuízo para o agricultor brasileiro, com a devolução ou destruição do produto pelo país importador.

O agrotóxico, por definição, é um produto aplicado para matar e a linha que separa os efeitos benéficos de eliminar uma praga e os efeitos maléficos, que podem levar um ser humano à morte, é muito tênue. Por isso, esses produtos químicos têm alvos biológicos e mecanismos de ação bem definidos.

Só são autorizados se forem eficazes no combate a pragas específicas, sem destruir o alimento tratado, nem deixar resquícios em quantidades tóxicas para os consumidores. Isso porque os agrotóxicos estão associados ao desenvolvimento de alterações hormonais, de doenças do sistema nervoso central, de doenças respiratórias, de lesões hepáticas, de câncer e tantas outras enfermidades graves identificadas nos ensaios realizados em animais de laboratório e em culturas de células e tecidos. Tais ensaios têm constituído um excelente mecanismo para impedir possíveis agravos, prevalecendo-se das similaridades entre processos biológicos bem selecionados.

Dúvida sobre a eficiência da Anvisa em avaliar a qualidade dos alimentos traz uma distorção dos fatos
Nos últimos quatro anos, segundo dados das próprias indústrias do setor, o Brasil assumiu o posto de maior mercado de agrotóxicos do mundo. Mesmo assim, o caminho a ser percorrido para alcançarmos os níveis de controle que os países desenvolvidos exercem sobre essas substâncias ainda é muito longo.

Nesse cenário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina o limite máximo de resíduos de agrotóxicos em alimentos e a quantidade total de cada agrotóxico que pode ser ingerido diariamente pelas pessoas, sem que haja risco para sua saúde. São esses os parâmetros avaliados pelo tão criticado Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos da agência.

O programa funciona a partir da coleta de amostras de alimentos pelas vigilâncias sanitárias dos Estados e municípios em supermercados. Depois de coletados, os alimentos são encaminhados para laboratórios, onde se verifica a quantidade de resíduos de agrotóxicos em cada uma das amostras.

Entretanto, um movimento silencioso, com a sutileza de fazer inveja ao estouro de uma manada de elefantes, tenta, cotidianamente, desqualificar os resultados do programa. A dúvida sobre a avaliação de resíduos de agrotóxicos em alimentos, que é publicada anualmente pela Anvisa, traz uma notável distorção e desinformação dos fatos, com flagrante desrespeito ao mesmo tempo à lei e à ciência.

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As atividades da Anvisa, nesse campo, têm o compromisso da transparência de seus atos em respeito à sociedade e no cumprimento de seu mandato de proteger a saúde humana com base na legislação nacional e nos conhecimentos científicos e tecnológicos mais atualizados da comunidade científica internacional.

As referências para a conformidade dos parâmetros medidos são divulgadas em rótulos e bulas e na página na internet dos organismos registradores de agrotóxicos: Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Anvisa. São os mesmos procedimentos praticados pelos países desenvolvidos, muitos dos quais abrigam as matrizes das indústrias de agrotóxicos, que estão instaladas no Brasil.

A segurança da qualidade dos alimentos se baseia nos conhecimentos científicos e na observação dos efeitos tóxicos, agudos e crônicos que os resíduos de agrotóxicos podem gerar nas pessoas. Se o responsável pela emissão da receita agronômica ou o próprio agricultor utilizar um agrotóxico em um alimento para o qual aquele produto não foi autorizado, o ato se qualifica como ilegal e a ingestão diária segura pode ser ultrapassada. Isso resultará em prováveis danos à saúde do próprio agricultor e do consumidor.

Os efeitos agudos dos agrotóxicos aparecem nos trabalhadores rurais que os manipulam (preparadores de calda e aplicadores) e em pessoas que vivem ou trabalham nas imediações das áreas tratadas. A literatura científica constata que as doenças crônicas ocorrem em pessoas que se expõem a pequenas doses durante um tempo prolongado, como no caso de consumidores que ingerem alimentos com pequena quantidade de agrotóxico por um longo período de tempo.

Como agência reguladora da saúde, a Anvisa tem a obrigação de divulgar as informações sobre os riscos relativos à exposição a agrotóxicos. Essa informação é uma poderosa ferramenta de cobrança para que os atores envolvidos adotem medidas de correção dos problemas diagnosticados.

A Anvisa não compactua com atores que, irresponsavelmente, estimulam a omissão dos dados com o intuito de desacreditar toda a cadeia envolvida na avaliação dos resíduos de agrotóxico. Não dá para a volta da velha política de "o bom a gente mostra e o ruim a gente esconde". Esse tipo de omissão só favorece aqueles cuja atuação, neste campo, se caracteriza pela política do avestruz e pelo não cumprimento da legalidade, que é o princípio fundamental em um estado democrático e de direito.

O respeito aos consumidores, em qualquer parte do mundo, é dever dos estados nacionais. Por isso, a Anvisa busca sempre aprimorar os instrumentos de avaliação dos agrotóxicos e de seus resíduos nos alimentos, para que não haja diferença entre os produtos levados à mesa do consumidor brasileiro e aqueles destinados à exportação. Os direitos do consumidor são atributos de cidadania e respeitá-los não é nenhum ato de favor ou concessão das autoridades públicas. É, isto sim, reconhecimento de uma conquista histórica da sociedade brasileira.

Artigo publicado na edição impressa do jornal Valor Econômico, de 23 de fevereiro de 2012. Autor: José Agenor Álvares da Silva, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2007 e foi ministro da Saúde entre 2006 e 2007

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Embrapa indica a cultivar do feijão preto BRS Esplendor para o produtor


Muito apreciado na culinária brasileira, o feijão está presente em todos os estados da Federação em feijoadas, combinado com o arroz, em sopas, no famoso acarajé da Bahia, entre vários outros alimentos. Assim, essa leguminosa oferece proteínas, ferro e fibras à grande maioria da população do nosso País.

Diferente da proteína animal, o feijão não possui todos os aminoácidos essenciais que o corpo requer. Mas isso não é problema, já que os aminoácidos ausentes podem ser encontrados se combinado com outros alimentos. Um exemplo de combinação perfeita de aminoácidos é o arroz com feijão - o aminoácido metionina está presente em boa quantidade no arroz, porém é escasso no feijão. Já a lisina está em peso no feijão e não no arroz. Assim, juntos na mesma refeição, esses aminoácidos se unem, gerando importantes proteínas para a alimentação humana.

Além disso, o feijão contém ferro, vitaminas do complexo B, molibdênio, ácido fólico, fibras e demais minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo. É responsável por conter o aumento repentino das taxas de açúcar e insulina no sangue, esse efeito ocorre porque as fibras solúveis do feijão absorvem água no estômago formando uma espécie de gel que retarda o metabolismo de carboidratos.

Condições de mercado - Após o período de seca no Sul e o excesso de chuva no Sudeste, o que afetou regiões produtoras, o preço do feijão alcançou preços bastante remunerativos para o agricultor. Essa condição de mercado, por exemplo, no Mato Grosso do Sul aumentou substancialmente os preços da saca de 60 quilos. Contudo, nos supermercados desse estado, o consumo permaneceu praticamente inalterado. Mesmo com o preço mais alto, o consumidor não abre mão do feijão no prato do dia-a-dia.

Indicação da Embrapa - Estimulando cada vez mais a demanda existente no nosso País por esse produto, e tendo em vista as atuais condições favoráveis para os produtores rurais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disponibiliza para os produtores de sementes a cultivar de feijão BRS Esplendor.
BRS Esplendor - É uma cultivar do grupo preto, testada em 147 ambientes. Apresenta ciclo de 85 a 90 dias da emergência à maturação fisiológica, alto potencial produtivo (7,5% superior às melhores testemunhas, podendo ultrapassar quatro toneladas por hectare) e arquitetura de plantas ereta. É resistência ao acamamento (adaptada à colheita mecânica direta), ao mosaico-comum e a nove raças de fungos causadores da antracnose, além de apresentar tolerância à murcha de fusário e ao crestamento bacteriano comum.
Fonte: Assessoria de imprensa da Embrapa – texto e foto

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Feira vai movimentar a cadeia da cafeicultura no sul de MG

A COOXUPE, maior cooperativa de produtores de café do Brasil pretende reunir cerca de 15 mil pessoas em 3 dias, para conferir as novidades do setor tanto em máquinas e equipamentos, quanto em insumos e implementos. No dia 1º de fevereiro, Carlos Paulino, presidente da COOXUPE abriu oficialmente o evento, falando da importância do desenvolvimento da sustentabilidade no setor. Paulino ressaltou ainda o bom momento que a safra de café passa no Brasil. “Após 10 anos difíceis para o produtor, tivemos um ano muito positivo em 2011 e o mercado se equilibrou”, disse. Reflexo disso é também a proporção que a feira tomou neste ano: a FEMAGRI praticamente dobrou de tamanho com relação à sua última edição, em 2010, tendo recorde de expositores, que esperam negociar cerca de 25 milhões nos três dias de evento.


“O produtor que não aplicar tecnologia no campo, vai ficar para trás”, explicou Paulino que também destacou a questão da sustentabilidade no campo e o papel da FEMAGRI no sentido de apresentar soluções para os produtores otimizarem seus resultados e, se tornarem, cada vez mais, ambientalistas. “Além da mecanização a sustentabilidade também é o foco da FEMAGRI. O produtor rural é um ambientalista e não vai adiantar ser forte se não for sustentável”.

São mais de 100 expositores na Feira que segue até sexta-feira, dia 03. Uma Fazenda Experimental com mais de 1.700 metros quadrados foi montada para demonstrações. Além disso, um espaço ficará inteiramente dedicado às plantas de cobertura com a apresentação de espécies leguminosas e gramíneas mais adequadas para o manejo racional: proteção, melhoria e recuperação do solo.



A COOXUPE

A origem da Cooxupé data de 1932, com a fundação de uma Cooperativa de Crédito Agrícola, transformada em 1957 em Cooperativa de Cafeicultores. Em 2012, a Cooxupé completará 80 anos de cooperativismo e 55 anos em atividades de recebimento, processamento e comercialização de café.


Atualmente conta com cerca de 12.000 cooperados e 1900 colaboradores, recebendo café produzido em mais de 200 municípios localizados nas regiões Sul de Minas, Alto Paranaíba (Cerrado Mineiro) e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo.



A FEMAGRI é realizda na Av. Vereador Nelson Elias, 1.300 B Bairro Japy, Guaxupé/MG / (próximo à Torrefação Cooxupé)

Data: 1 a 3 de fevereiro

Horário de funcionamento: Das 8h às 18 horas

Entrada gratuita


(Com informações da assessoria de imprensa do evento,a Phábrica de Ideias.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Agricultor familiar com perda total terá 100% do financiamento coberto por seguro




Para apoiar os agricultores atingidos pela estiagem na região Sul do Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) adotará medidas de crédito, seguro e apoio à produção como parte do conjunto de ações do Governo Federal.

Em coletiva realizada nesta quinta-feira (12), em Brasília, o ministro Afonso Florence reforçou que o ministério já desenvolve ações preventivas relacionadas à produção da agricultura familiar com o Seguro da Agricultura Familiar (SEAF). Na região Sul, já são mais 390 mil contratos segurados pelo Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) na safra 2011-2012, o que corresponde a um valor de mais de R$ 3,1 bilhões segurados. Em todo o Brasil, o número de contratos financiados para custeio agrícola pelo Pronaf ultrapassa os 639 mil. Esses são os números referentes ao mês de janeiro, da safra 2011-2012, ainda em curso.

O ministro anunciou que os contratos do Pronaf tanto de custeio já renegociados quanto de investimento e custeio da safra 2011-2012 terão seus prazos de pagamento prorrogados até 31 de julho de 2012 para os municípios atingidos pela estiagem nos estados do Sul. Com o SEAF e outros subsídios, o governo federal tem mais de 85% do crédito de custeio na região afetada pela estiagem coberto com seguro agrícola.

"Até o momento, foram feitas 19 mil notificações de perdas. Na hipótese de chegarmos a 100 mil contratos com perdas, haverá necessidade de um valor da ordem de R$ 680 milhões. O valor vai variar de acordo com o número de notificações e o total de perdas apuradas na visita técnica à unidade produtiva rural", observa o ministro.

O MDA está priorizando os laudos individuais, ou seja, os técnicos estão apurando a perda efetiva de cada produtor. Em caso de perda total, o seguro garante 100% do financiamento e um adicional de até R$ 3.500,00 por produtor.

Medidas

Para os agricultores dos municípios atingidos cuja renda de soja, milho e feijão seria utilizada para pagar o crédito rural, será proposto no Conselho Monetário Nacional que seja prorrogado para 31 de julho as parcelas com vencimento entre janeiro de 2012 e 30 de junho de 2012 de operações de custeio prorrogados de safras anteriores e as de créditos de investimento e de custeio da safra atual (2011-2012).

Para operações com seguro, o prazo vai viabilizar a elaboração de laudos de perda, permitindo a cobertura do seguro. Já para as operações sem seguro, o prazo de 31 de julho vai permitir a elaboração de laudos técnicos necessários para a renegociação das dívidas de produtores que tiveram perdas superiores a 30%. A partir dos laudos técnicos, os agricultores poderão renegociar operações de crédito de custeio da safra atual (11-12). Também poderão prorrogar para um ano após a última parcela prevista no contrato, as parcelas com vencimento em 2012 de operações de custeio já prorrogadas em safras anteriores.

O MDA, juntamente com os demais ministérios que integram as ações do governo para o Sul, também está estruturando um programa de venda de milho para alimentação animal, para atender agricultores familiares nos municípios que decretaram estado de emergência em decorrência da estiagem. As quantidades por produtor e os preços de venda serão definidos nos próximos dias. A medida evitará que falte alimentação para os animais.

Para o setor de produção leiteira, será garantido o acesso a grãos (trigo e milho) para o suprimento nutricional para o gado leiteiro. "Para o produtor de leite vamos comprar grãos e revender a preços subsidiados garantindo a nutrição animal e a continuidade da produção leiteira", disse o ministro Afonso Florence.


Agrolink e Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário