quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Empresas de alimentos ignoram a fome em suas cadeias de fornecedores, denuncia ONG

Um estudo da ONG britânica Oxfam divulgado nesta semana mostra que as dez maiores empresas do setor de alimentação e bebidas do mundo não adotam políticas adequadas para eliminar a fome e a pobreza em sua própria cadeia de fornecedores. Outro dado alarmante apresentado pelo relatório é que as companhias pagam baixos preços pelos produtos e ignoram, ou sequer sabem, que parte das matérias-primas de seus produtos vem de terras tomadas de forma conflituosa de pequenos agricultores em países pobres. A Oxfam analisou, por meio de dados públicos e oficiais, as políticas sociais e ambientais das empresas Associated British Foods (ABF), Coca-Cola, Danone, General Mills, Kellogg, Mars, Mondelez International (antiga Kraft Foods), Nestlé, PepsiCo e Unilever. Juntas, elas geram mais de 1,1 bilhão de dólares por dia. “Não saber com detalhes se compram de lugares com conflitos agrários é tão ruim quanto não buscar entender esse tipo de problema”, defende Rafael Cruz, assessor de políticas públicas da Oxfam, a CartaCapital. Em um mercado com 7 bilhões de consumidores e 1,5 bilhão de produtores de alimentos, o setor está avaliado em 7 trilhões de dólares, ou 10% da economia global. E o poder destas empresas é ainda maior, pois pouco mais de 500 delas controlam 70% das opções presentes nos supermercados. Uma concentração que dificulta o rastreamento pelos consumidores de quem são os produtores, além de diminuir a capacidade de barganha dos pequenos agricultores que têm um leque menor de compradores. Mesmo com o poderio financeiro, todas as empresas tiveram notas abaixo de 40, dos 70 pontos possíveis no relatório. Unilever e Nestlé tiveram melhor desempenho, enquanto ABF e Kellogg foram as últimas colocadas. Os programas implementados pelas empresas foram considerados centrados em projetos de redução do uso da água e capacitação de mulheres agricultoras, sem que sejam efetivos para diminuir a fome e pobreza. “Essas empresas podem resolver a fome e a pobreza em suas cadeias de fornecimento com pagamentos de salários adequados aos trabalhadores, preço justo para os agricultores e avaliação e eliminação da exploração abusiva da terra, da água e do trabalho são medidas que definitivamente estão ao alcance dessas poderosíssimas empresas”, diz o estudo. Demanda por terra A disputa por terra que o mundo observa hoje tem suas raízes no aumento da popularidade de novas marcas no século XX. Neste período houve um impulso para aumentar a produção de matéria-prima em antigas colônias. O Reino Unido, por exemplo, usou a Índia para produzir chá e plantou cana-de-açúcar no Caribe. Neste processo, muitas terras foram concedidas de maneira contestável para as plantações, quase sempre excluindo os mais pobres do acesso à terra. Uma prática que ainda gera conflitos sobre a titularidade destas áreas após a independência das colônias. À parte o efeito colonizatório, os arrendamentos e vendas de terra são importantes no setor. Segundo a Oxfam, desde 2000 foram registrados mais de 900 acordos por grandes propriedades rurais. A maioria ocorreu em 32 países com níveis “alarmantes” ou “graves” de fome. “Mais de 60% dos investidores em terra são estrangeiros que pretendem exportar tudo que produzem”, indica o documento. “Apenas entre 2008 e 2009, os acordos com terra agrícola envolvendo investidores estrangeiros nos países em desenvolvimento aumentaram cerca de 200%.” A busca por terra leva à procura por água, cuja escassez já afeta quase 20% da população mundial. E a agricultura é o setor que mais consome isoladamente água doce no mundo. A área também é responsável por 54% dos contaminantes orgânicos da água. Outro problema são as condições de trabalho no setor. Mesmo com leis mais rígidas, há registros de casos de exploração de mão de obra. O estudo destaca famílias que por gerações plantam chá em grandes propriedades do Sri Lanka, recebendo baixos salários e com altas taxas de desnutrição. Desde a década de 1890, a Unilever mantém e comercializa terras na região. A Nestlé também é apontada como relapsa ao trabalho escravo. Em novembro de 2011, a empresa disse não ter informação sobre os trabalhadores envolvidos na produção de 20% do cacau que compra da Costa do Marfim. Precisou descobrir diversos casos de exploração adulta e infantil para desenvolver um plano contra o problema. “Sem conhecer a própria cadeia de fornecedores, não é possível criar políticas para ajudar os trabalhadores dela”, explica Cruz. Segundo Cruz, as empresas devem trabalhar para melhorar a qualidade de vida de seus funcionários, mas também dos fornecedores. O primeiro passo para isso, diz o assessor da Oxfam, é começar a fazer contratos mais justos com esses fornecedores. Essa política acarretaria mais custos, mas cujo impacto não seria tão grande para as grandes companhias. “Será que os 80% que passam fome no campo têm que assumir esse custo ou os que lucram mais de 1 bilhão de dólares por dia?”, questiona. Fonte: Carta Capital

Atenção produtores: inscrições no Garantia-Safra terminam hoje para Sergipe, Alagoas e Pernambuco

Agricultores familiares dos estados de Sergipe e Alagoas têm até hoje, 28, para se inscrever no Garantia-Safra e assegurar-se contra perdas da safra 2012/2013. Para isso, precisam procurar um escritório de assistência técnica ou sindicato de trabalhadores rurais de seu município. Também devem ficar atentos os agricultores do estado da Bahia, que tem inscrição aberta até o dia 05 de março. Prazos para inscrição dos agricultores para a safra 2012/2013: • Até 28 de fevereiro – Alagoas, Sergipe e Pernambuco • Até 05 de março de 2013 – Bahia (região 2) Prazos para adesão (pagamento do boleto) dos agricultores para a safra 2012/2013: • Até 28 de fevereiro – Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Bahia (região 1), Ceará, Pernambuco (região 1), Paraíba, Rio Grande do Norte (região 1) • Até 31 de março – Alagoas, Sergipe, Pernambuco (Região 2) e Rio Grande do Norte (Região 2) Passo a passo para inscrição e adesão Os agricultores devem cumprir duas etapas para garantir sua participação no programa. Primeiro, devem fazer a inscrição. Para isso, devem procurar um escritório de assistência técnica ou sindicato de trabalhadores rurais. O agricultor precisa ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Segundo, devem pegar o boleto na prefeitura e fazer o pagamento. Garantia-Safra O Programa tem recursos do Fundo Garantia-Safra, formado por contribuições da União, dos estados, dos municípios e dos próprios agricultores familiares. Os agricultores se inscrevem no programa e 45 dias após do fim do prazo da adesão dos agricultores, municípios e estados realizam os aportes da safra. O orçamento disponibilizado pela União será de R$ 203,6 milhões para a safra 2012/2013. O Programa abrange quase dois mil municípios (região Nordeste, norte de Minas Gerais, Vale do Jequitinhonha e Espírito Santo). Na safra passada - 2011/2012 -, 1.035 municípios aderiram ao programa. Para a safra 2012/2013, o Garantia-Safra disponibilizou 1,072 milhão de cotas, significa que o programa tem capacidade de atender mais de um milhão de agricultores. Na safra passada, houve 752.592 adesões (Com informações do Agrolink)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Prêmio Mandacaru recebe inscrições até sexta-feira

Associações de agricultores familiares, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil e prefeituras têm até sexta-feira (22) para se inscreverem no Prêmio Mandacaru – Projetos e Práticas Inovadoras em Acesso à Água e Convivência com o Semiárido. As inscrições são gratuitas. A premiação é voltada para a produção de conhecimento e o desenvolvimento de ações inovadoras para convivência solidária e sustentável com o semiárido. O Prêmio Mandacaru é dividido em quatro categorias. Em Experimentação no Campo, os dez primeiros colocados receberão apoio financeiro de R$ 5 mil a R$ 50 mil. Já os três selecionados em Replicação de Práticas Inovadoras podem levar até R$ 100 mil. Em Pesquisa Aplicada, três projetos poderão receber apoio de até R$ 150 mil, cada um. Na categoria Gestão Inovadora, cinco trabalhos serão reconhecidos com diploma. Iniciativa do Instituto Ambiental Brasil Sustentável, em parceria com a Agência Espanhola de Cooperação e apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Prêmio Mandacaru faz parte das ações do Programa Cisternas, coordenado pelo MDS. Para saber mais sobre o prêmio, acesse www.iabs.org.br/projetos/premiomandacaru. Fonte: Ascom/MDS

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

São Francisco recebe mais alevinos de curimatã

Cerca de 200 mil alevinos de curimatã foram lançados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no rio São Francisco neste mês de fevereiro. Com a ação, a Codevasf soma 1 milhão de alevinos inseridos na margem sergipana do São Francisco somente este ano. Esse é o quarto “peixamento” realizado pela Codevasf em Sergipe em 2013. O último deles havia sido durante a celebração dos festejos de Bom Jesus dos Navegantes, em Propriá, no dia 27 de janeiro, quando 350 mil alevinos foram inseridos na bacia do São Francisco. Antes, os municípios de Neópolis e Santana do São Francisco haviam sido contemplados com peixamentos, recebendo respectivamente 250 mil e 200 mil peixes. “Os peixamentos renovam os estoques de pescados. Sem essa ação, a produção pesqueira no Baixo São Francisco cairia bastante”, disse a engenheira de pesca Ana Helena Gomes, chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume. “Além disso, essa ação faz o repovoamento do rio com espécies nativas, que praticamente desapareceram do rio com a construção das barragens”, destaca. O objetivo do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume é ampliar a produção artificial de peixes e alcançar um volume de 4 milhões de alevinos lançados no Rio São Francisco por ano. Entre 2007 e 2010, o Centro Integrado de Betume recebeu investimentos de R$ 1,2 milhão para a compra de equipamentos. Paralelamente aos peixamentos, a unidade também desenvolve um trabalho de monitoramento da qualidade da água e da fauna aquática na bacia hidrográfica do São Francisco (com informações e foto da assessoria de imprensa da Codevasf).

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Safra de grãos deverá atingir 185 milhões de toneladas

A safra de grãos deverá atingir a marca de 185 milhões de toneladas, batendo novo recorde de produção no Brasil. É o que aponta o quinto levantamento de grãos da safra 2012/2013, divulgado hoje (7) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmada a estimativa, a produção de grãos será 11,3% maior do que a registrada na safra anterior. De acordo com a entidade, esses não são números consolidados, podendo ocorrer variações caso haja alterações climáticas. Em termos de crescimento, o destaque ficou com a soja (25,7%), que deve registrar uma produção de 83,42 milhões de toneladas. O milho segunda safra deve passar de 39,1 milhões de toneladas para 40,9 milhões – crescimento de 4,6% em relação à safra anterior. A Conab ressalta ser esta a maior safra do produto, superando inclusive a produção do milho primeira safra, estimada em 35,1 milhões de toneladas. O levantamento aponta também aumento em relação à área plantada nas duas culturas. No caso da soja, de 10,4% – passando de 25 milhões de hectares para 27,6 milhões. O milho segunda safra ampliou em 8,5% a área plantada (de 7,6 milhões de hectares para 8,3 milhões). Registraram crescimento também as áreas destinadas ao cultivo de outros produtos, como o amendoim primeira safra, aveia, canola, cevada e triticale (cereal obtido por meio do cruzamento de trigo com centelho). Fonte: Agência Brasil