quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Trator com controle remoto pode dar precisão ao campo

Os fabricantes de equipamentos agrícolas estão explorando uma nova fronteira: a agricultura sem o agricultor.
A Kinze Manufacturing Inc. e a Jaybridge Robotics estão desenvolvendo uma tecnologia que permitirá que tratores sejam operados sem ninguém atrás do volante. Outros fabricantes de equipamentos, tais como a Case IH, exploram maneiras de automatizar o trabalho agrícola.
Nos últimos dez anos, o trabalho de adivinhação ligado ao plantio e à colheita de milho, trigo e outras culturas foi sendo eliminado por meio de sistemas precisos guiados por satélite, que podem ajudar a gerenciar cada polegada de uma propriedade, garantindo eficiência e ajudando-o a evitar erros que possam prejudicar a produção.
O plantador autônomo desenvolvido pela Kinze e Jaybridge Robotics chegará ao mercado no início de 2012.
Ainda assim, à medida que as propriedades agrícolas se expandem, os produtores se encontram sob maior pressão para encontrar mão de obra qualificada. O foco em sistemas de precisão tem aumentado à medida que sobem os preços de cultivo e os custos de fertilizantes se tornam mais voláteis.
Os agricultores necessitam de condições ideais para o plantio e a colheita. Especialmente nas regiões sub-tropicais, as temperaturas e a umidade do solo muitas vezes só são ideais para o plantio durante um curto espaço de tempo e conseguir semear a terra ou fazer a colheita na hora certa é um desafio.
A falta de tempo muitas vezes é agravada pela escassez de mão de obra que pode ocorrer durante os períodos de plantio e colheita, quando os agricultores mais precisam de ajuda. Alguns proprietários rurais também relutam em entregar a trabalhadores com pouca experiência equipamentos que podem custar mais de US$ 500.000
A Kinze, empresa do Estado agrícola de Iowa, com a ajuda de Jaybridge Robotics, de Massachusetts, está desenvolvendo dois produtos destinados a reduzir as pressões de tempo e mão de obra que os agricultores podem enfrentar.
O semeador autônomo da Kinze determina a rota mais eficiente para o plantio de um campo para logo fazer a semeadura sem a necessidade de um motorista. Um sistema de sensores garante que o trator não passe sobre qualquer obstáculo inesperado, como um poste ou um animal solto. A tecnologia tornou-se viável para a agricultura graças a seu crescente uso pela indústria de automóveis, o que baixou os custos.
Para a colheita, o agricultor ainda tem de operar uma colheitadeira, mas a carreta posicionada ao lado dela para receber os grãos é autônoma. A carreta mantém o ritmo da colheitadeira, e uma vez repleta, se dirige a um caminhão esperando à margem do campo que está sendo colhido. O agricultor precisaria de duas pessoas, em vez de três, para a colheita de grãos.
A Kinze, uma empresa de capital fechado com cerca de 650 funcionários, fabrica carretas de grãos e plantadeiras, mas não tratores. Os equipamentos autônomos serão adaptados para um trator.
Embora em tese os agricultores poderiam programar o plantador autônomo e ir para casa, um cenário mais provável é que o produtor rural use vários plantadores de uma só vez, monitorando de longe todos eles, diz Jeremy Brown, diretor de operações da Jaybridge.
"É um equipamento grande e caro, acho que os agricultores vão preferir ficar por perto", diz.
A Kinze e a Jaybridge estão trabalhando rapidamente para comercializar o equipamento, e a tecnologia deve chegar ao mercado no início do próximo ano, disse Susanne Kinzenbaw Veatch, gerente de marketing da Kinze. A Kinze não revelou preços potenciais para o equipamento.
Nos Estados Unidos, os agricultores estão cada vez mais contando com a tecnologia de precisão, que ajuda a assegurar que os campos recebam a quantidade certa de sementes e fertilizantes para limitar o desperdício e produzir a maior safra possível. Os agricultores podem agora acompanhar a aplicação de fertilizantes e problemas com o equipamento através de smartphones. Atualmente, a maior parte do plantio já é guiada por sistemas de posicionamento global, ou GPS.
Fonte: Ian Berry/WSJ

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Gado brahman será criado no nordeste

O gado da raça Brahman desenvolvido geneticamente no cerrado uberlandense será levado para a região semiárida do Brasil. Um convênio assinado, no último fim de semana, entre o criatório UberBrahman e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), de Mossoró (RN), permitirá que pesquisas sejam feitas no intuito de comprovar a alta performance do animal em relação à adaptação em condições climáticas adversas.

Segundo Marcelo Barbosa Bezerra, professor da Ufersa e médico veterinário, a experiência poderá prover a raça ideal a ser criada em um ambiente que conta com baixa umidade e longos períodos de seca. “Fomos procurados pelo criatório, que tem terras no Rio Grande do Norte, e resolvemos aceitar o desenvolvimento de um modelo experimental de procriação”, disse.

Representantes da África do Sul e da Namíbia, que buscam soluções para o déficit de produção alimentícia no continente africano, também se interessaram em acompanhar a experiência e, caso os resultados se mostrem positivos, levarão a raça para os respectivos países.

O gado Brahman, que está presente em 70 países, é usado tanto para corte, sendo que o aproveitamento da carcaça se aproxima a 55%, como para produção leiteira a partir de cruzamento com, principalmente, a raça Holandesa.

Nos seis últimos anos, a população de Brahman registrou um crescimento de 45% no Brasil, um aumento proporcional superior às duas maiores raças (Nelore e Angus). Dados da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) estimam que haja, atualmente, 192 mil cabeças do bovino no Brasil.

Secretaria vai divulgar raça entre pecuaristas
A Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Uberlândia estuda viabilizar uma parceria com o criatório do boi Brahman para difundir a cultura da raça nas propriedades rurais do município. Hoje, estima-se que haja somente dois criatórios na cidade. Segundo a secretária Walkiria Borges Naves, o trabalho seria focado em gado de corte, já que a linhagem do boi se apresenta, atualmente, como uma das mais lucrativas.

Segundo pesquisas, o Brahman tem precocidade de crescimento, podendo ser abatido numa média de 28 meses de vida, enquanto o restante das raças permeia a média de 37,5 meses. Esse fator, aliado à menor emissão de metano emitido, torna a produção sustentável e diminui os gastos. “Estamos analisando ainda como seria a parceria, como forma de estimular a economia pecuária local”, disse a secretária.

HISTÓRIA

Resultado do cruzamento de, pelo menos, outras quatro raças (Gir, Nelore, Guzerá e Krishna), o Brahman surgiu nos Estados Unidos no fim do século 19 e foi introduzido efetivamente no Brasil há 17 anos. Além da alta capacidade genética para sobrevivência, a raça também é conhecida pela docilidade
Fonte: Jornal Correio de Uberlândia - on line.