terça-feira, 6 de setembro de 2011

Gado brahman será criado no nordeste

O gado da raça Brahman desenvolvido geneticamente no cerrado uberlandense será levado para a região semiárida do Brasil. Um convênio assinado, no último fim de semana, entre o criatório UberBrahman e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), de Mossoró (RN), permitirá que pesquisas sejam feitas no intuito de comprovar a alta performance do animal em relação à adaptação em condições climáticas adversas.

Segundo Marcelo Barbosa Bezerra, professor da Ufersa e médico veterinário, a experiência poderá prover a raça ideal a ser criada em um ambiente que conta com baixa umidade e longos períodos de seca. “Fomos procurados pelo criatório, que tem terras no Rio Grande do Norte, e resolvemos aceitar o desenvolvimento de um modelo experimental de procriação”, disse.

Representantes da África do Sul e da Namíbia, que buscam soluções para o déficit de produção alimentícia no continente africano, também se interessaram em acompanhar a experiência e, caso os resultados se mostrem positivos, levarão a raça para os respectivos países.

O gado Brahman, que está presente em 70 países, é usado tanto para corte, sendo que o aproveitamento da carcaça se aproxima a 55%, como para produção leiteira a partir de cruzamento com, principalmente, a raça Holandesa.

Nos seis últimos anos, a população de Brahman registrou um crescimento de 45% no Brasil, um aumento proporcional superior às duas maiores raças (Nelore e Angus). Dados da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) estimam que haja, atualmente, 192 mil cabeças do bovino no Brasil.

Secretaria vai divulgar raça entre pecuaristas
A Secretaria de Agropecuária e Abastecimento de Uberlândia estuda viabilizar uma parceria com o criatório do boi Brahman para difundir a cultura da raça nas propriedades rurais do município. Hoje, estima-se que haja somente dois criatórios na cidade. Segundo a secretária Walkiria Borges Naves, o trabalho seria focado em gado de corte, já que a linhagem do boi se apresenta, atualmente, como uma das mais lucrativas.

Segundo pesquisas, o Brahman tem precocidade de crescimento, podendo ser abatido numa média de 28 meses de vida, enquanto o restante das raças permeia a média de 37,5 meses. Esse fator, aliado à menor emissão de metano emitido, torna a produção sustentável e diminui os gastos. “Estamos analisando ainda como seria a parceria, como forma de estimular a economia pecuária local”, disse a secretária.

HISTÓRIA

Resultado do cruzamento de, pelo menos, outras quatro raças (Gir, Nelore, Guzerá e Krishna), o Brahman surgiu nos Estados Unidos no fim do século 19 e foi introduzido efetivamente no Brasil há 17 anos. Além da alta capacidade genética para sobrevivência, a raça também é conhecida pela docilidade
Fonte: Jornal Correio de Uberlândia - on line.

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