Lavouras de soja de seis municípios da Região Central são atacadas pela lagarta preta. Mais voraz do que a lagarta comum, ela pode matar o pé em uma semana
Desde o início do ano, os produtores de soja de seis municípios da Região Central Itaara, Ivorá, Júlio de Castilhos, Pinhal Grande, São Martinho e Quevedos estão em volta com uma inquilina para lá de indesejada. Velha conhecida dos agricultores, a lagarta preta, porém, nunca havia aparecido em tão grande número como neste ano. O primeiro ataque ocorreu em meados de janeiro. A larva tem apenas dois centímetros, mas é capaz de causar estragos enormes.
– Nessa fase, o pé de soja estava pequeno, e a aplicação de inseticida foi eficiente – diz Juliano Dalmolin, engenheiro agrônomo do Grupo de Extensão com Tecnologia para a Agricultura (Gepagre), que presta assistência para a Cotrijuc.
No início de fevereiro, as lagartas voltaram com força. Como a planta já estava com maior porte, a eficácia do inseticida ficou comprometida. A maioria dos produtores faz a pulverização da lavoura com a ajuda de tratores, e a haste empregada para espalhar o defensivo fica até 40 centímetros acima da planta. Com isso, o composto não consegue penetrar em toda ela.
– O inseticida é aplicado na parte superior das folhas, e a praga ataca a metade de baixo – explica Dalmolin.
As lagartas agem de baixo para cima porque iniciam o ataque assim que o ovos depositados pela borboletas eclodem no chão. Só em Júlio de Castilhos, desde janeiro pelo menos 20 agricultores buscaram orientação no escritório municipal da Emater.
– O agricultor está apreensivo devido à grande incidência da lagarta. Em apenas um metro quadrado de lavoura foram encontrados cerca de 40 indivíduos. É uma quantidade suficiente para comer os pés de soja nessa área em uma semana – afirma Jader Oliveira, responsável técnico da Emater de Júlio de Castilhos.
A preocupação com a lagarta preta superou, de longe, o antigo temor da ferrugem asiática. Esse ano, a ferrugem apareceu – houve 10 focos na região –, mas graças à aplicação antecipada de fungicida, assim que a chuva começou a tornar-se constante, não haverá perda na lavouras. Quanto à nova inquilina, não há tanta certeza.
– Os inseticidas tradicionais não fazem efeito, e a lagarta tornou-se uma praga muito mais prejudicial do que a ferrugem asiática. Virou a inimiga número 1 dos produtores – diz Oliveira. Fonte: Zero Hora.
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